A prévia da inflação de setembro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), ficou em -0,37%, a segunda taxa negativa seguida. Em agosto, o indicador havia registrado queda de 0,73%, a menor taxa em mais de 30 anos. Os dados foram divulgados, nesta terça-feira (27), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a pesquisa, o preço dos combustíveis teve a maior influência, com destaque para o recuo na gasolina, em particular.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três tiveram queda em setembro. Influenciado pelo item “combustíveis”, o grupo dos transportes registrou recuo de 2,35% nos preços. Com isso, o índice do grupo recuou -0,49 pontos percentuais.
Entre os 367 subitens pesquisados no IPCA-15 de setembro, etanol (-10,10%), gasolina (-0,78%), óleo diesel (-5,40%) e gás veicular (-0,30%) tiveram queda nos preços no período, com a gasolina contribuindo com o impacto negativo mais intenso. Ainda conforme o IBGE, esse resultado decorre da redução no preço do produto vendido para as distribuidoras, que teve diminuição de R$ 0,18 por litro em 16 de agosto e R$ 0,25 por litro em 2 de setembro.
Além disso, também registraram queda nos preços os grupos comunicação (-2,74%) e alimentação e bebidas (-0,47%). Entre os alimentos, os destaques são os recuos do óleo de soja (-6,50%), do tomate (-8,04%) e principalmente do leite longa vida (-12,01%). Já a alimentação fora do domicílio desacelerou e passou de 0,80% em agosto para 0,59% em setembro.
Ainda no grupo de transportes, houve aumento de preços em passagens aéreas (8,20%), que voltaram a subir após a queda de 12,22% em agosto, em seguro de veículo (1,74%), emplacamento e licença (1,71%) e conserto de automóvel (0,62%).
No recorte regional, nove das 11 áreas apresentaram deflação em setembro. A maior queda ocorreu em Recife (-0,93%), influenciada pelo recuo nos preços da gasolina (-13,85%).
SOBRE A PESQUISA
O IPCA-15 difere do IPCA, a inflação oficial do país, somente no período de coleta e na abrangência geográfica. Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de agosto a 14 de setembro de 2022 e comparados com aqueles vigentes de 14 de julho a 12 de agosto de 2022.
O IPCA-15 refere-se a famílias com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.