O presidente Jair Bolsonaro (PL) desembarcou em Juiz de Fora, na manhã desta sexta-feira (15), cidade em que foi alvo de uma facada durante a campanha eleitoral de 2018. A visita acontece quase quatro anos após ele ter sido esfaqueado por Adelio Bispo de Oliveira, em 6 de setembro de 2018.
Na chegada à cidade mineira, Bolsonaro recebeu o título de cidadão honorário e participou de um culto evangélico. Sob gritos de “mito”, o presidente cumprimentou os apoiadores que o aguardavam em frente ao aeroporto e, em seguida, participou de uma motociata.
Bolsonaro voltou a relembrar o atentado que sofreu de Adélio Bispo. Ao discursar no culto da Assembleia de Deus em Juiz de Fora, o presidente reagiu à declaração da juíza Ana Lúcia Todeschini Martinez, do cartório eleitoral de Santo Antônio das Missões e Garruchos (RS), que havia dito que a bandeira nacional poderia ser considerada propaganda eleitoral a partir do início da campanha, em agosto, por marcar “um lado da política”.
“Se alguém proibir usar bandeira nacional, essa ordem será descumprida com aval do presidente da República”, disse o chefe do Executivo.
Após o encontro com religiosos, o presidente seguiu para a Santa Casa de Juiz de Fora, onde foi operado após ser esfaqueado quando cumpria agenda eleitoral, em 6 de setembro de 2018. O autor do ataque, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso em flagrante.
O presidente se emocionou ao relembrar o episódio e agradeceu aos médicos que participaram do atendimento logo após o atentado. “O que eu mais pedia no período em que eu acordei (da facada) é que a minha filha não ficasse órfã”, disse.
“É uma coisa que a gente nunca espera acontecer conosco. Alguns perguntam pra mim: “Quem tentou te matar? Temos o assassino, três advogados com condições, temos palavras de alguns, um que tentou entrar na Câmara usando o nome do Adélio, entre tantas e tantas outras coisas. Eu não tenho ascendência sobre a Polícia Federal. Me acusam de interferir o tempo todo. Não acham nada”, disse.
Bolsonaro foi esfaqueado quando cumpria agenda eleitoral em Juiz de Fora, em 6 de setembro de 2018. A Polícia Federal (PF) já concluiu que não houve um mandante para o crime e que Adélio agiu por conta própria. A Justiça considerou o autor do crime inimputável em razão de doença mental, enquanto o presidente insiste na narrativa de que foi alvo de um ataque político.
A facada voltou a ser citada pelo presidente após um militante petista ser morto por um policial penal bolsonarista em Foz do Iguaçu, no Paraná. “Somos contra qualquer ato de violência. Eu já sofri um (ato) na pele. A gente espera que não aconteça, obviamente. Está polarizada a questão. Agora, o histórico de violência não é do meu lado. É do lado de lá”, afirmou ontem no Palácio do Planalto.
Com informações do Estadão