A Prefeitura de Coronel Fabriciano apresentou nessa terça-feira (30), para autoridades e representantes da sociedade, o 1º Diagnóstico Situacional das Pessoas em Situação de Rua. Um documento real e inovador que mostra em dados como vivem, o que querem e de onde vieram as pessoas em situação de rua na cidade.
A pesquisa, contou com a parceria de estagiários do Centro Universitário Unileste e Faculdade Pitágoras, levou três meses e servirá de parâmetro para as políticas públicas municipais não apenas no âmbito da assistência social, mas também nas áreas da educação, saúde, planejamento urbano e obras. As informações estarão disponíveis para estudos e tomadas de decisão.
A metodologia usada foi de questionário semiestruturado em abordagem presencial contendo 64 questões. Segundo o diagnóstico, Coronel Fabriciano possui 93 pessoas em situação de rua. Todas estão cadastradas pelo serviço público.
Das 93 pessoas identificadas, 83 foram localizadas pelos pesquisadores.
– 38 responderam ao questionário
– 45 não quiseram responder
Dentre as revelações da pesquisa, alguns dados chamam a atenção:
– Dos 38 entrevistados, 14 são naturais de Coronel Fabriciano
– 10,5% estão na cidade há menos de 1 ano
– 83% tem entre 20 e 59 anos
– 73,7% se considera parda ou preta
– 71,1% sabe ler e escrever e mais de 13% conclui o ensino médio
A pesquisa também abordou necessidades básicas das pessoas em situação de rua, como onde e quando se alimentam, se conseguem água para beber e como fazem suas higienes pessoais. Se já teve problemas de saúde, se fuma ou já fumou e se já passou pelo sistema prisional.
Outro dado importante revelado pela pesquisa diz que 68,4% já trabalhou com carteira assinada e que mais de 31% ainda faz bicos para sobreviver. Questões de gênero, sexualidade, comportamento sexual e uso de drogas também foram abordadas.
Com o documento em mãos, a Secretária de Governança de Assistência Social, Letícia Godinho, acredita ter condições de planejar ações de médio e longo prazo. “São dados muito importantes que refletem os efeitos da pandemia na vida dos mais vulneráveis e vão nortear o planejamento das políticas públicas. Coronel Fabriciano sai na frente com essa iniciativa e creio que os resultados das ações que já estamos planejando também servirão de exemplo para outras cidades tendo em vista que há uma grande dificuldade de produzir dados e pesquisa sobre esse público.”, disse.