Atraso na fala, dificuldade no contato visual, irritabilidade perante frustrações, sensibilidade a cheiros, sons, luzes e toque podem ser os primeiros sinais do autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA). O transtorno, que tem prevalência em crianças, afeta o neurodesenvolvimento, provocando déficit na linguagem verbal e não verbal e interação social.
Nos Estados Unidos, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a prevalência do autismo quadruplicou em 20 anos. A incidência entre 2000 e 2002 era de 1 autista para cada 150 crianças. Recentemente, o monitoramento do CDC relata uma prevalência de 1 para cada 36 crianças. No Brasil, a incidência sobre o número de pessoas com o transtorno ainda é bastante discutida, mas estima-se que afete 2 milhões de pessoas.
Para o psiquiatra infantil da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), André Luiz Brandão Toledo, o diagnóstico é uma importante etapa na vida da pessoa com TEA. “Hoje, o diagnóstico está mais fácil de ser realizado e ajuda a diminuir a probabilidade de desenvolver comorbidades psiquiátricas, como transtorno de ansiedade e de humor”, explica.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
O diagnóstico do TEA é realizado por médico especialista, através da avaliação do paciente e histórico familiar. O quanto antes a pessoa for diagnosticada e iniciada em terapias que possam ajudá-la a desenvolver sua cognição, melhor será a qualidade de vida. “Existem casos em que o diagnóstico pode ser fechado até um ano de idade. Por isso é tão importante ficar atento aos sinais e discutir sobre o assunto”, pondera o psiquiatra.
O transtorno não tem cura, mas o paciente pode estimular e desenvolver a capacidade de compreender e de comunicar com técnicas baseadas na ciência do comportamento, executadas por uma equipe multidisciplinar, como profissionais da área da psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, dentre outros.
CONSCIENTIZAÇÃO
No dia 2 de abril comemora-se o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, que tem como principais objetivos difundir informações para a população sobre o assunto, alertar para os sinais, incentivar o diagnóstico precoce e reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas pelo transtorno.
É preciso conscientizar cada vez mais as pessoas sobre os sinais de alterações no neurodesenvolvimento. Assim, é possível buscar tratamentos imediatos para melhorar a qualidade de vida, de desenvolvimento da comunicação e de autonomia.
“Falar sobre o assunto é essencial para fixar na mente das pessoas o valor do diagnóstico precoce. Para as famílias também é importante entender que a adaptação é essencial para que os pacientes tenham uma vida mais digna e saudável, e que sejam compreendidos nos ambientes que frequentam”, finaliza o psiquiatra André Luiz.
SOBRE A FSFX
A Fundação São Francisco Xavier, braço da Usiminas nas áreas de Saúde e Educação, é uma entidade beneficente de assistência social, reconhecida pelo Ministério da Previdência e Assistência Social. Atuando desde 1969, a FSFX conta com mais de seis mil colaboradores e está presente em cinco estados brasileiros. Administra quatro unidades hospitalares, em Ipatinga, Timóteo e em Itabira (MG) com uma gestão marcada pela responsabilidade, pela oferta de atendimentos de excelência e pelas melhores práticas de segurança, além de contabilizarem mais de 70% de seus atendimentos feitos a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
A Fundação é responsável, ainda, pela operadora de Planos de Saúde Usisaúde, com mais de 210 mil beneficiários; o Centro de Odontologia Integrada, que mantém os melhores indicadores de saúde bucal já divulgados no Brasil, e o Serviço de Segurança do Trabalho, Saúde Ocupacional e Meio Ambiente. Na área educacional, o Colégio São Francisco Xavier, unidade precursora localizada em Ipatinga, é referência em Educação na região, com cerca de 3 mil alunos, da educação infantil à graduação.