A Diabetes é uma doença crônica e silenciosa por raramente apresentar sintomas que agem diretamente na forma como o organismo processa a glicose (açúcar) como fonte de energia. De acordo com a International Diabetes Federation (IDF), estima-se que, em todo o mundo, cerca de 500 milhões de pessoas convivem com a doença. Para ampliar a conscientização sobre a doença e destacar a importância da prevenção, dos cuidados e do diagnóstico, no dia 14 de novembro, é celebrado o Dia Mundial da Diabetes. Entre os diferentes tipos da doença, a diabetes gestacional, a forma de manifestação que afeta as mulheres durante o período de gravidez, requer um cuidado especial, segundo especialistas. Na unidade do Hospital Márcio Cunha (HMC) em Ipatinga, em média, noventa gestantes são atendidas mensalmente com o diagnóstico da doença durante o período gestacional.
É o caso da funcionária pública, Elaine Reggiane Lima, 30 anos, que durante a primeira gravidez foi diagnosticada com diabetes gestacional, após um exame de rotina solicitado pela obstetra. Para Elaine, que não apresentava fatores de risco para a doença, fazer o pré-natal foi importante para identificação e acompanhamento da diabetes, além de receber orientações que, segundo ela, foram essenciais para garantir uma gestação tranquila.
“Fiquei apreensiva com o diagnóstico. Tive que começar a fazer um acompanhamento rigoroso, medir a glicemia até 5 vezes ao dia e controlar a alimentação. As consultas do pré-natal, que antes eram mensais, passaram a ser quinzenais. Mesmo assim, ainda precisei fazer o uso da insulina”, alerta Elaine, que seis semanas após o parto já estava com a glicose controlada.
Débora Schittini é médica ginecologista e obstetra da Fundação São Francisco Xavier (FSFX) e acompanhou Elaine durante a gravidez nos atendimentos no HMC. Para a médica, a identificação da diabetes gestacional é feita durante os exames de rastreio do pré-natal e demanda uma abordagem cuidadosa. De acordo com a obstetra, a primeira análise é feita por meio de um exame glicemia recomendada no primeiro trimestre de gestação. No segundo trimestre, entre 24 e 28 semanas, é realizado um exame denominado Teste Oral de Tolerância a Glicose (TOTG), e no último trimestre de gravidez é recomendado um novo teste de glicemia. Segundo a especialista, o tipo da doença que acomete as grávidas é uma condição específica para o período, o que difere dos outros tipo de diabetes, classificadas entre 1 e 2.
“O diagnóstico precoce desempenha um papel crucial, permitindo intervenções adequadas para garantir uma gestação saudável para mãe e filho. Os riscos da diabetes gestacional vão desde a alteração de peso e malformação fetal, podendo causar também aumento do líquido amniótico, complicações no parto, além de também pode causar um óbito fetal súbito intraútero”, alerta a Débora.
PREVENÇÃO
Entre os principais fatores de risco para diabetes gestacional estão, casos da doença na família, maternidade em idade avançada, obesidade, além de histórico da patologia em gestações anteriores. Realizar o acompanhamento médico regular e adotar uma rotina de vida com hábitos mais saudáveis contribuem para o gerenciamento dos riscos. Entre as principais recomendações dos especialistas se destacam a adoção de uma alimentação balanceada, prática de atividades físicas, monitoramento regular da glicose, controle do peso e seguir as recomendações médicas. Adotar práticas preventivas contribuem para uma redução dos riscos de desenvolver a diabetes gestacional, além de assegurar uma gravidez saudável, diminuindo as possibilidades de complicações para a mãe e o bebê.