A equipe de gastroenterologia e endoscopia do Hospital Márcio Cunha (HMC), administrado pela Fundação São Francisco Xavier em Ipatinga, marcou um importante avanço no tratamento do câncer esofágico na região do Vale do Aço, em Minas Gerais. No mês de junho, a instituição hospitalar realizou o primeiro procedimento endoscópico para posicionamento de stent esofagiano pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na região.
A cirurgia, coordenada pelo médico gastroenterologista e endoscopista Rodrigo Lovatti, contou com o auxílio do médico Rafael Bueno de Andrade. O procedimento foi realizado em um paciente idoso de 86 anos que está em tratamento oncológico para câncer de esôfago.
O stent metálico esofágico autoexpansível é empregado em terapias para casos de obstruções, estenoses (estreitamento ou constrição de um duto ou passagem) ou fístulas (comunicação anormal entre duas ou mais estruturas do corpo). Sua função é reestabelecer a passagem no esôfago, onde o tumor obstruía o fluxo dos alimentos do esôfago para o estômago.
Até então, esse não era um procedimento coberto pelo SUS na Região Metropolitana do Vale do Aço. No entanto, o Hospital Márcio Cunha realizou pioneiramente o procedimento de forma integral pelo sistema de saúde pública, proporcionando acesso a essa inovação terapêutica.
PROCEDIMENTO POUCO INVASIVO
O gastroenterologista Rodrigo Lovatti explica que a colocação do stent é um procedimento pouco invasivo, com duração de aproximadamente trinta minutos. Após o procedimento endoscópico, o paciente ficou em observação protocolar por dois dias e recebeu alta.
O especialista destaca que o procedimento é realizado em bloco cirúrgico, sob anestesia geral e o stent foi inserido através de um aparelho de endoscopia e posicionado com o auxílio de aparelho de raio-X. “Não há necessidade de realizar cortes de emergência, o procedimento é realizado pela boca do paciente e, por isso, o paciente pode apresentar desconforto no dia seguinte”, reforça.
Segundo Lovatti, a colocação do stent esofágico é indicada para pacientes que já passaram por terapia oncológica sem resposta adequada, bem como para aqueles que apresentam contraindicações ao tratamento oncológico ou não podem ser submetidos a uma cirurgia. “É um tratamento paliativo que tem como objetivo proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente”, pontua.
O paciente submetido ao procedimento continuará sendo monitorado e receberá acompanhamento médico para avaliação da eficácia do tratamento.