O governo federal iniciou, ontem (18), uma reformulação nas chefias da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com a troca de 18 superintendentes regionais da PF e dispensa de 26 superintendentes da PRF nos estados. As duas forças estão sob o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública, de Flávio Dino. As portarias foram assinadas pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. As informações são da Folha de S.Paulo.
Virgílio de Paula Tourinho, da unidade da Bahia, foi um dos superintendentes da PRF dispensados. Durante o segundo turno das eleições do último ano, ele chegou a ser intimado pela Justiça Eleitoral devido às operações que dificultaram o voto de diversos eleitores no Estado — um reduto de Lula.
O novo chefe da PF no Rio é o delegado Leandro Almada. Na instituição desde 2008, ele já atuou como superintendente no Amazonas e na Bahia. Recentemente, foi responsável pelo inquérito sobre a tentativa de obstrução da apuração dos assassinatos da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorridos em 2018.
Lula também trocou o comando da PF no estado de São Paulo, dono da maior superintendência do país. O delegado Rodrigo Bartolamei, indicado por Bolsonaro, dá lugar a Rogério Giampaolli, que já foi chefe do Comando de Operações Táticas (COT) e estava na chefia da instituição em Sorocaba (SP).
Na Paraíba, Christiane Correa Machado assumirá a superintendência. A delegada já comandou a Coordenação de Inquéritos Especiais (Cinq), que cuida de casos envolvendo pessoas com foro privilegiado nas cortes superiores. Ela participou da investigação sobre a possível interferência de Bolsonaro na PF. Também já foi chefe da divisão antiterrorismo por cinco anos e coordenou a proteção a ataques terroristas na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016.
No último dia (9), um dia depois dos atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes, em Brasília, Lula já havia trocado o então superintendente da PF no Distrito Federal, Cézar Luiz Busto de Souza, por Victor Cesar Carvalho dos Santos. O Ministério da Justiça afirmou que a mudança já estava nos planos.
As regras para nomeações na PF foram alteradas no último dia 04/01 pelo ministro da Justiça, Flávio Dino. Até então, o superintendente precisava ser delegado com mais de dez anos de exercício no cargo e com passagem de ao menos um ano por comissão do alto escalão da corporação ou pela chefia de delegacia descentralizada. Agora, com as mudanças, basta que o servidor seja delegado da classe especial (último nível de progressão da carreira).