Por Walter Biancardine (*)
Uma longa semana se passou sem que aqui desse eu o ar de minha graça, envolvido que estava com compromissos particulares. Nesta volta, entretanto, escolhi comentar um assunto já velho – para os padrões da “expectativa de vida” de uma notícia, hoje em dia (uns 10 minutos) – e entendi ser conveniente acrescentar algumas vírgulas a tudo o que já foi comentado a respeito da inaudita publicação da Folha de São Paulo, exibindo um editorial assinado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e ecoada por artigo assinado por seu advogado, publicado no jornal O Globo – tudo no mesmo dia.
Afoitos e imprudentes começaram a comemorar nas redes sociais, postando os infalíveis “tic-tacs” e insinuando arreganhos de dentes pelas Forças Armadas brasileiras, enquanto os mais comedidos buscaram ligar o acontecimento à recente eleição de Donald Trump, nos EUA, a qual estaria – já, de imediato – causando catastrófico “efeito dominó” em decisões, posturas e até ocupantes de cargos na atual ditadura narco-jurídico-comuno-globalista que nos rege.
Pessoalmente dou um voto de confiança ao “efeito Trump”, embora com um poder bem mais reduzido – seria uma atitude diplomática preventiva, por parte da ditadura brasileira, e não um chute nos fundilhos dado pelo homem-laranja, que sequer tomou posse.
Ouso suspeitar e perguntar: quando jornais notoriamente comuno-globalistas, como a Folha de São Paulo e O Globo, publicam em suas páginas artigos de opinião redigidos por personagens até ontem apontados como “extrema-direita”, nazistas, ultra-mega-hardcore-blaster fascistas? E isso no mesmo dia!
O quê isto significa? Apenas uma “coincidência”?
Não, pois não existem coincidências na aridez da política. Além do mais, tais veículos de comunicação são os porta-vozes da atual ditadura e fortes doutrinadores de seus ideais, representando quase uma “declaração oficial” dos semi-deuses entronados no planalto central. Há algo mais, por detrás deste fato inusitado.
Macaco velho que sou – minto: velhíssimo – subiu-me às narinas um ligeiro fedor de requintado e requentado “teatro das tesouras”, já denunciado pelo filósofo Olavo de Carvalho. Tal estratégia, que muitos de nós testemunharam ao longo das últimas décadas, conseguiu nos ludibriar convencendo-nos que um PSDB e seus Alkimin, Aécio Neves, Michel Temer e mesmo um FHC seriam “de direita” – “coxinhas”, como dizíamos na época.
Estaria a narco-ditadura brasileira tentando, de maneira camaleônica, disfarçar-se e vestir roupagens ideológicas mais palatáveis aos conservadores, para que possam infiltrar-se em nossas fileiras e corroer-nos por dentro? Já fizeram isso no passado; recentemente tivemos uma leva que foi de Aécio Neves à Sérgio Moro e até a esquecida Peppa Pig – Joyce Hasselmann – que justificam tais desconfianças.
Que o leitor se lembre ser esta uma tática antiquíssima e eficaz, sempre empregada pela esquerda e que, graças à mesma, impregnou e corroeu até mesmo a Igreja Católica (Teologia da Libertação) ou a pútrida e vegetativa Organização das Nações Unidas, hoje um antro globalista e de mãos dadas ao apóstata Bergoglio.
Que me chamem de maluco, “conspiranóico” ou coisa que o valha, mas o passado justifica minhas suspeitas.
Errar é humano, mas repetir o erro é rematada burrice.
Estejamos, pois, atentos.