Por Walter Biancardine (*)
A cada dia que passa tornam-se mais evidentes os sintomas do grave desequilíbrio psicótico que incendeia a cabeça “daquele que não se pode dizer o nome”.
Os traços vingativos, o narcisismo neurótico que não aceita contrariedades e as tornam disputas pessoais, aliadas ao indisfarçável sadismo contra seus “inimigos” – nunca adversários – oriundo de sua momentânea posição de poder, permite ao autor desta opinião concluir que, tal qual Daniel Silveira, Filipe G. Martins, Clezão – morto por esta ditadura – e tantos outros, a rede social X somente será liberada no Brasil após o segundo turno das próximas eleições vindouras.
Para ser mais exato, devo acrescentar à afirmação que “somente voltará após as eleições” a condicionante “se”: SE voltar. Elon Musk já faz parte do rol de “inimigos pessoais” do “Inominável”, e o Nero tropical o torturará o quanto puder, até que sinta-se satisfeito em exibir e comprovar seu infinito poder – além de, é claro, favorecer a esquerda nestas eleições.
Nesta feia pintura apocalíptica – mais tenebrosa e surreal que qualquer obra de Hieronymus Bosch – navega o brasileiro comum, acostumado a apanhar em silêncio e a tudo conformar-se pois, tal qual escrevi em outros artigos, o cidadão tupiniquim médio “se acostuma”. E, “acostumado” que está, o máximo que consegue é uma reação escondida e tímida, valendo-se de VPN’s e abrindo mão das mesmas, tão logo a voz de trovão do olímpico descapilarizado comece a ribombar ameaças pecuniárias contra aqueles que assim se atrevam.
Por outro lado temos a gloriosa juventude – gloriosa, imprudente e temerária – sem a qual as velhas almas, achatadas de opressão, não conseguem despertar do feitiço conformista e emprestar sua absoluta maioria à causa da liberdade. E esta juventude apresentou-se hoje, personificada no advogado e “influencer” Marco Antônio Costa, em uma das entrevistas mais certeiras e audaciosas que tive o prazer de ver, na Rádio Auriverde Brasil.
Em seus verdes anos, Marco Antônio lembrou ao eleitor brasileiro o dever de cobrar o governador de seu estado – eleito por ser alegadamente direitista – para que o mesmo use seu poder para pressionar o Olimpo Togado e que se unam a outros governadores, igualmente ditos “conservadores”, emprestando seu peso político e poder de mobilização ao movimento popular que exige o fim desta sinistra ditadura.
Citou os nomes de Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e mesmo Jorginho Melo (SC) e advertiu que os mesmos precisam ser duramente cobrados. Conhecedor que é das redes sociais, já respondeu adiantadamente aos inevitáveis comentários que tal proposta provocará – “mas assim você estará dividindo a direita” – e lembrou que, a continuar nossa omissão, em breve não haverá mais direita.
A tal ponto esta frase impactou-me que a repito: “a continuar nossa omissão, em breve não haverá mais direita.”
Fóssil vivo que sou, inevitável foi a lembrança que me veio à mente, relativa ao governo militar que vivemos de 1964 até os idos de 1985. Na verdade, o principal responsável pela quase extinção do pensamento conservador direitista no Brasil, naqueles tempos, foi a farda – positivista que é – mas que revelou-se incapaz de debelar tal sentimento latente no povo. Escrevi um livro inteiro sobre isso, “Mais Olavo, Menos Oliva”, onde detalho tais acontecimentos e exponho minha opinião, que classifica o positivismo fardado como um “primo-irmão” do comunismo – e isso, creio, explica o comportamento complacente do governador Tarcísio, de São Paulo.
Entretanto, que tais digressões não embacem a louvável coragem da juventude de Marco Antônio Costa, o qual abrilhantou o Jornal da Manhã de hoje, na Rádio Auriverde Brasil. Sim, não podemos tirar de nossas cabeças que estamos em vias de – pela segunda vez em nossa história – permitirmos o apagar da chama conservadora neste país: pouco provável será o advento de um novo Olavo de Carvalho, secundado por outro Bolsonaro, para ressuscitá-la.
No dia 29 de setembro, às 10h, atenda ao chamado do jovem Marco Antônio e esteja na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, para exigir o impeachment de Alexandre de Moraes e pressionar Rodrigo Pacheco. Se não mora em Minas Gerais, organize seu próprio protesto em sua cidade.
Lembre-se: ou lutamos ou, em breve, não haverá mais direita no Brasil.
E desconfie dos que temem “dividi-la”.