O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, indicou nesta segunda-feira (16), que o retorno do horário de verão no Brasil é uma possibilidade concreta. A declaração foi feita durante entrevista à rádio Itatiaia (MG), onde Silveira enfatizou a necessidade de aumentar a segurança do Sistema Interligado Nacional e planejar o futuro energético do país.
O horário de verão, segundo o ministro, surge como uma “realidade muito premente” diante dos desafios enfrentados pelo setor elétrico. A medida visa principalmente aliviar a demanda no horário de pico, contribuindo para a segurança energética e trazendo possíveis benefícios para áreas como comércio e turismo.
Silveira explicou que o horário de verão ajuda a reduzir a necessidade de acionamento de usinas termelétricas no início da noite, quando há uma diminuição na geração de energia solar e eólica. No entanto, o ministro ressaltou que não há tempo hábil para decretar a medida no curto prazo, enfatizando a importância de um planejamento cuidadoso.
“Se for acontecer, vai ser de forma muito bem planejada”, afirmou Silveira, reconhecendo os impactos na vida das pessoas e em órgãos públicos, como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministro mencionou que as urnas eletrônicas já estão programadas para as eleições deste ano, o que requer consideração especial.
A discussão sobre o horário de verão ocorre em um contexto de preocupação com a segurança energética do país. Silveira tem uma reunião marcada com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para debater medidas de enfrentamento à seca e seus impactos nos reservatórios.
Apesar dos desafios, o ministro garantiu que não haverá crise energética, contrastando a situação atual com o cenário de 2021, quando o país esteve “à beira do colapso”. Silveira destacou que o governo atual realizou um planejamento prévio, considerando os efeitos da seca, para aumentar o nível dos reservatórios.
Outro ponto abordado foi a preocupação com o custo da energia para o consumidor. Silveira afirmou que a conta de luz já chegou ao “limite” e que o objetivo é evitar o acionamento adicional de usinas termelétricas, que são mais caras e impactam as tarifas.
O ministério conta com um saldo superavitário estimado em R$ 9 bilhões na conta bandeira, gerenciada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Esse recurso pode ajudar a mitigar possíveis aumentos nas tarifas de energia.
A possível volta do horário de verão representa uma mudança significativa na política energética do país. Se implementada, a medida exigirá adaptações por parte da população e dos setores econômicos, mas promete contribuir para a estabilidade do sistema elétrico nacional em um momento de desafios climáticos e econômicos.