O possível retorno do horário de verão no Brasil não traria impactos significativos nos custos de energia, segundo Mayra Guimarães, diretora da Thymos Energia. Em entrevista à CNN, a especialista afirmou que a aplicação da medida é mais uma questão cultural e de rotina do que econômica.
Guimarães explicou que, do ponto de vista energético, não há diferença relevante entre aplicar ou não o horário de verão. A discussão sobre o tema, debatida pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), divide opiniões tanto entre setores econômicos quanto na população em geral.
Alguns setores, como o de restaurantes e hotelaria, tendem a favorecer o horário de verão, argumentando que ele estimula o consumo. Esses segmentos acreditam que as pessoas permanecem mais tempo em locais como praias e bares, o que poderia impulsionar a economia local. Por outro lado, há setores que expressam preocupações, como a indústria.
No entanto, a diretora esclarece que, na visão da empresa, não há impacto significativo na produção industrial. “É mais uma questão de cotidiano e de costume”, afirma Guimarães, ressaltando que as divergências são mais relacionadas a preferências pessoais e rotinas do que a fatores econômicos ou produtivos.
A discussão sobre o retorno do horário de verão continua gerando debates acalorados no país. Enquanto alguns cidadãos apreciam os dias mais longos e a sensação de ter mais tempo livre após o trabalho, outros preferem manter o horário padrão, argumentando que a mudança afeta negativamente seus ciclos de sono e produtividade.
É importante notar que o horário de verão foi implementado no Brasil pela primeira vez em 1931 e, desde então, passou por diversas alterações e suspensões. A última vez que a medida esteve em vigor foi em 2019, quando o governo federal decidiu descontinuá-la, alegando que os benefícios econômicos e energéticos não eram mais significativos.
Apesar das divergências de opinião, a análise da especialista sugere que, do ponto de vista energético e econômico, a implementação ou não do horário de verão não resulta em alterações significativas nos custos de energia para o país. Isso coloca em perspectiva a real necessidade da medida, levando a questionar se os possíveis benefícios superam os transtornos causados pela mudança de horário.
A decisão final sobre o retorno do horário de verão cabe ao governo federal, que deve levar em consideração não apenas os aspectos econômicos e energéticos, mas também o impacto social e a preferência da população. Enquanto isso, o debate continua, refletindo a complexidade de uma medida que, embora aparentemente simples, tem ramificações em diversos aspectos da vida cotidiana e da economia nacional.