O Ibovespa fechou a sessão de ontem em queda de 1,0%, aos 126.590 pontos, atingindo a mínima do pregão. Apenas cinco ações do índice terminaram no positivo. A sessão foi impactada principalmente pela queda nas commodities e pela abertura da curva de juros.
Os principais destaques negativos foram as mineradoras, com as quatro maiores quedas do dia. CSN (CSNA3) liderou as perdas, caindo 5,1% devido à queda de 3,4% no preço do minério de ferro na China. Por outro lado, Embraer (EMBR3) foi o destaque positivo, subindo 8,5% após anunciar a venda de seis aeronaves para a Força Aérea do Paraguai e se beneficiando da valorização de 0,2% do dólar.
Perspectivas para o pregão de hoje
Para o pregão desta quarta-feira, são aguardados dados econômicos importantes, como a prévia dos PMIs de manufatura e serviços de julho nos EUA e na Zona do Euro. A temporada de resultados do segundo trimestre de 2024 continua, com destaques para a divulgação de balanços do Santander no Brasil, e de GE Vernova, IBM, Kering, e NextEra Energy no exterior.
Renda fixa: Abertura da curva de juros
Os juros futuros encerraram a sessão de terça-feira com abertura por toda a extensão da curva. No cenário doméstico, os ativos locais sofreram com a alta do dólar (R$ 5,59/US$) em resposta à queda dos preços das commodities e preocupações com a trajetória fiscal do país.
Nos EUA, os investidores adotaram cautela à espera da divulgação de indicadores econômicos. Os rendimentos das Treasuries de 2 anos fecharam em 4,40% (-10,0bps) e os de 10 anos em 4,25% (-1,0bps). No Brasil, os DI jan/25 fecharam em 10,67% (alta de 0,9bps), DI jan/26 em 11,49% (alta de 10bps), DI jan/27 em 11,77% (alta de 14bps) e DI jan/29 em 12,08% (alta de 15bps).
Mercados Globais: Sentimento negativo
Os futuros nos Estados Unidos abriram em queda (S&P 500: -0,7%; Nasdaq 100: -0,9%), refletindo os resultados desapontadores de Alphabet, Tesla e Visa, divulgados após o fechamento do mercado. Na Europa, as bolsas também operam em queda (Stoxx 600: -0,4%), e na China, os mercados fecharam negativos (CSI 300: -0,6%; HSI: -0,9%).
Economia Global: Indicadores mistos
O índice de gerentes de compras (PMI) mostrou um cenário misto globalmente. No Japão, a atividade econômica continua forte, puxada pelo setor de serviços, enquanto a atividade industrial mostrou uma retração inesperada. Na Zona do Euro, o PMI composto caiu para 50.1, indicando estagnação econômica, com a indústria registrando os níveis mais baixos em sete meses. No Reino Unido, o PMI mostrou crescimento, atingindo 52,7, com a indústria em seu nível mais alto em dois anos. Nos EUA, as vendas de casas existentes caíram mais do que o esperado em junho, com o preço médio estabelecendo um novo recorde e a oferta atingindo seu maior nível em quatro anos.
A agenda desta quarta-feira destaca a leitura do índice de gerentes de compras dos EUA. Espera-se alguma desaceleração na margem, enquanto discursos de dirigentes do Fed e do Banco Central Europeu também estão previstos. No Brasil, os analistas devem acompanhar as falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento no Rio de Janeiro.
Tributos e política fiscal
Os contribuintes brasileiros atingiram R$ 2 trilhões em tributos em 2024, 40 dias mais cedo que no ano anterior, refletindo um crescimento de 17,6% em relação a 2023. Esse aumento é atribuído ao crescimento da atividade econômica, inflação e impacto da reintegração do PIS/Cofins nos combustíveis.
O governo Lula elevou a projeção de déficit primário para 2024 para R$ 28,8 bilhões, devido ao aumento das despesas e dificuldades para compensar a desoneração da folha de pagamento. Os ministérios da Fazenda e Planejamento bloquearam R$ 15 bilhões no orçamento federal para cumprir as regras fiscais, em resposta a um rombo de R$ 32,6 bilhões nas contas públicas.
Infraestrutura e FGTS
O Ministério dos Transportes prevê captar R$ 30 bilhões para infraestrutura até o final do ano com a nova portaria 689/2024, que regulamenta a emissão de debêntures no setor. A decisão sobre a distribuição do lucro de R$ 23,4 bilhões do FGTS em 2023 será tomada em 6 de agosto.
Política e reforma tributária
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defenderá a taxação dos super-ricos no encontro do G20 no Rio de Janeiro, além de abordar a agenda climática brasileira. A reforma tributária sobre o consumo foi aprovada pela Câmara dos Deputados em julho, consolidando impostos em duas contribuições, enquanto a reforma da renda está prevista para 2025.
Cibersegurança
A Microsoft informou que um apagão causado por uma atualização do sistema da CrowdStrike afetou 8,5 milhões de máquinas com Windows. O incidente global impactou diversos setores, mas não deve ter um impacto significativo na avaliação da companhia, segundo especialistas.
Eleições nos EUA
Kamala Harris, vice-presidente dos EUA, entrou na disputa presidencial após a desistência de Joe Biden. Harris aparece com 44% das intenções de voto, enquanto Donald Trump tem 42%, segundo uma pesquisa recente.