Um terremoto de magnitude 7,4 na escala Richter, com epicentro na região do Atacama, no Chile, foi sentido por moradores da Região Metropolitana de São Paulo na noite desta quinta-feira (18). O fenômeno sísmico, que ocorreu às 22h50 (horário de Brasília), gerou tremores que surpreenderam os paulistanos e habitantes de pelo menos 15 cidades adjacentes.
De acordo com o monitoramento realizado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), os relatos de tremores vieram de praticamente todas as regiões da capital paulista. O sismo teve uma profundidade de 116 quilômetros e o epicentro situou-se aproximadamente 1,2 mil quilômetros da capital chilena, Santiago.
Segundo a Agência Brasil, logo após o evento, residentes da cidade de São Paulo começaram a compartilhar suas experiências nas redes sociais. Vídeos que mostravam plantas e objetos balançando inundaram a internet, enquanto muitas pessoas descreveram a sensação de que suas casas estavam tremendo.
Os especialistas do Centro de Sismologia explicaram que, apesar da distância significativa entre o epicentro e São Paulo, a propagação das ondas sísmicas através do solo pode ser percebida em locais distantes. Felizmente, até o momento, não há registros de danos ou vítimas na região metropolitana de São Paulo.
Segundo o geólogo Ronaldo Malheiros, conselheiro federal suplente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP), a percepção dos tremores acontece principalmente em regiões de planície, como ao longo dos rios Tietê e Pinheiros, por exemplo. “Bairros como Mooca, Barra Funda, regiões da Avenida Paulista e outras do estado, como a Baixada Santista, são as mais impactadas”, escreveu, em nota.
De acordo com ele, em situações como essa a recomendação é sempre acionar a Defesa Civil pelo telefone 199. “A Defesa Civil tem protocolos para dar suporte à população, pois, reforço, é algo que ocorre frequentemente. Por conta da distância do epicentro, à medida que estamos bem longe, a tendência da magnitude dessas ondas sísmicas tende a diminuir e chega a ter pequenos reflexos como os sentidos na noite de quinta-feira”, observa.
O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) informou que, além de São Paulo, o tremor também foi sentido nos estados do Paraná e de Santa Catarina e no Distrito Federal.
“Algumas cidades estão localizadas sobre uma bacia sedimentar que possui a característica de amplificar ondas sísmicas. Não é tão raro assim, portanto, que sismos ocorridos nos Andes sejam sentidos em São Paulo, Paraná, Santa Catarina, entre outros, principalmente em bairros mais altos e também por moradores de prédios”, informou o centro.
“O horário em que o terremoto ocorreu também facilita que este seja sentido pelas pessoas, que estão geralmente em casa em um momento mais calmo do dia. Apesar da sensação estranha sentida pelas pessoas, as chances de danos estruturais causados por um tremor tão distante são bastante pequenas”, acrescentou o centro.
RISCOS
Por meio de nota publicada em suas redes sociais, a Defesa Civil de São Paulo informou que os tremores sentidos na capital paulista foram de baixa intensidade e apresentaram mínimos riscos de danos. “Até o momento, não há registro de vítimas ou ocorrências relacionadas ao evento”, escreveu o órgão.
Em suas redes sociais na noite de ontem, o presidente chileno, Gabriel Boric, publicou uma mensagem no X informando que o sismo foi de intensidade mediana, com epicentro próximo à região de Antogasta. Ele disse que, até a noite de ontem, não havia informações de danos ou de pessoas feridas.
O Serviço Geológico do Brasil alerta a população de que, durante os terremotos, é preciso ter atenção e afastar-se de janelas ou de locais de onde possam cair objetos; sair das residências de forma tranquila e procurar locais seguros e que, caso não seja possível sair de casa, deve-se procurar locais dentro da própria residência que possam oferecer algum tipo de segurança como sob batentes de portas ou mesas.