Subordinado ao Ministério da Defesa desde junho de 1999, o Programa Calha Norte (PCN) tem atingido pleno êxito nos seus objetivos de garantir na região Amazônica a soberania nacional.
Com um limitado orçamento de aproximadamente R$ 800 milhões anuais, onde 96% são destinados a obras nas áreas de saúde, educação, esporte, segurança pública e desenvolvimento econômico. Somente o restante vai para ações de defesa nacional, como a manutenção dos quarteis nas regiões de fronteira.
Poucos brasileiros conhecem a realidade dos nossos militares, que desde 1921, defendem a Amazônia. Lá utilizam a água da chuva para beber e água do rio para tomar banho, lavar roupa e louça. Abastecimento de comida e remédio a cada 30 ou 45 dias, dependendo da disponibilidade de um avião.
Longe de tudo e de todos, mesmo assim, eles garantem a nossa soberania na divisa do Brasil com Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela e Guiana, reprimindo o narcotráfico, contrabando de armas, biopirataria, exploração ilegal de madeira e minérios, além de impedir invasões estrangeiras.
Agora o Governo Federal anuncia que a partir de janeiro de 2025, o Projeto Calha Norte será transferido do Ministério da Defesa para o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).
O Governo alega que as Forças Armadas precisam concentrar em suas atividades. Não é verdade, principalmente quando imaginamos o MIDR defendo as nossas fronteiras com seus funcionários públicos, desqualificados e sem aptidão para tamanha responsabilidade.
Se hoje mesmo com o Exército Brasileiro patrulhando nossas divisas, perdemos anualmente trilhões de reais contrabandeados em ouro, diamante, madeira, etc…, imaginem como será a atuação dos funcionários do MIDR. Sem o apoio do Exército, dificilmente o trabalho será continuado.
Seria o mesmo que substituir o Leão por um ratinho na vigilância da floresta!
Edmundo Polck Fraga é empresário do ramo imobiliário, fundador e ex-presidente do Kart Clube de Ipatinga