Em uma carta divulgada nesta segunda-feira (5), trinta ex-presidentes de treze países pediram que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defenda a democracia na Venezuela. Eles exigem que o petista reafirme seu compromisso com a liberdade e ajude a garantir um regime democrático no país vizinho.
A carta, divulgada pela Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea), alega que Nicolás Maduro usurpou a soberania popular venezuelana. Para o Itamaraty, o que a carta pede já está sendo feito pelo governo brasileiro em relação à Venezuela e que o governo brasileiro está atento à situação.
Nesse domingo (4), María Corina Machado, uma das principais opositoras de Maduro, agradeceu a Lula por suas “posições firmes” em relação ao pleito. As eleições venezuelanas ocorreram em 28 de julho, e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou a vitória de Maduro. A oposição, porém, contesta o resultado, alegando fraude.
Os ex-presidentes afirmam que Maduro perpetua-se no poder por meio de uma repressão sistemática e violação dos direitos humanos. Entre os signatários da carta estão Mauricio Macri (Argentina), Guillermo Lasso (Equador), Lenin Moreno (Equador), Luis Alberto Lacalle (Uruguai) e Felipe Calderón (México).
Desde sua eleição em 2023, Lula reatou os laços do Brasil com a Venezuela, mas a relação com Maduro sofreu desgastes durante as eleições venezuelanas. Recentemente, Maduro criticou indiretamente Lula, após um discurso em que mencionou um “banho de sangue” caso fosse derrotado nas eleições. Em resposta, Lula declarou que o processo eleitoral venezuelano não tinha nada de anormal.
Lula ainda não atendeu a um pedido de telefonema de Maduro, buscando evitar mais repercussões negativas. O presidente brasileiro tem sido cauteloso, equilibrando seu apoio à democracia com a necessidade de manter relações diplomáticas estáveis na região.