O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou planos para adquirir novas aeronaves para a Presidência da República e ministros para viajarem pelo país. Em entrevista à rádio O Povo/CBN de Fortaleza, nesta sexta-feira (11), Lula defendeu a compra como uma necessidade institucional, não pessoal.
“Vamos comprar um avião para o presidente da República. A ignorância não pode prevalecer. Um avião para o presidente da República não é para o Lula, FHC, Bolsonaro. É um avião para a instituição Presidência da República”, afirmou o presidente. Ele acrescentou que também serão adquiridas aeronaves para uso dos ministros, argumentando que “a gente não governa o Brasil com ministros coçando lá em Brasília”.
Lula relatou um incidente recente envolvendo o atual avião presidencial durante o retorno de uma viagem ao México. Segundo ele, a aeronave apresentou problemas técnicos, causando preocupação entre os passageiros. O presidente descreveu o momento de tensão, incluindo sua interação com os pilotos e uma tentativa de aliviar o clima com uma brincadeira sobre a necessidade de se alimentar antes de um possível pouso de emergência.
O petista também fez referência à polêmica gerada pela compra do atual avião presidencial durante seu governo anterior, lembrando que, na época, optou pelo modelo “mais barato e menor” da Airbus. Mesmo assim, a aquisição foi apelidada de “Aerolula” por críticos, incluindo Leonel Brizola.
Além da questão das aeronaves, Lula abordou outros temas relacionados à defesa nacional. Ele classificou como “intromissão” o pedido de informações dos Estados Unidos à fabricante sueca Saab sobre a venda de 36 caças Gripen ao Brasil em 2014. O presidente criticou a postura “hegemonista” dos americanos nesse assunto.
Lula também comentou sobre uma recente polêmica envolvendo o ministro da Defesa, José Múcio. O presidente reafirmou sua confiança no ministro, minimizando declarações controversas feitas por Múcio sobre a compra de equipamentos militares de Israel. “Sou muito amigo do José Múcio. Esquece o fato de ele ser ministro. Mas é uma pessoa com quem tenho uma amizade profunda”, declarou Lula, indicando que o incidente não afetará a posição de Múcio no governo.
A decisão de adquirir novas aeronaves para o governo federal provavelmente gerará debates sobre custos e prioridades orçamentárias. Defensores da medida argumentarão que se trata de um investimento necessário para a eficiência e segurança do governo, enquanto críticos poderão questionar o timing da compra em um momento de desafios econômicos para o país.