Ser bonito é uma cobrança que sempre existiu. Porém, o que se vê agora é uma padronização do formato facial e corporal como se o que está definido como belo é o que todo mundo tem que ser.
Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, o Brasil é responsável por 8,9% do total de procedimentos no mundo. Perde apenas para os Estados Unidos que executa 24,1%. O número de procedimentos estéticos realizados em jovens no país é crescente. Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica revelam que na última década houve um aumento de mais de 140% nas cirurgias feitas em jovens com menos de 18 anos. “Enquanto a procura nessa faixa etária por esses procedimentos vem aumentando, a demanda por cirurgias plásticas vem reduzindo, sendo adiada para idades mais avançadas”, compara a médica dermatologista, Isis Oliveira.
Mas, afinal, o que são procedimentos estéticos? Quais são os mais comuns e os prós e contras? Os procedimentos visam revigorar a beleza do rosto e do corpo em diversos aspectos, desde uma simples limpeza de pele para melhora do viço, passando pela retirada de cravinhos até uma cirurgia plástica. No Brasil, destacam-se a toxina botulínica, conhecida popularmente como Botox, o preenchimento com ácido hialurônico, bioestimuladores de colágeno, tratamentos para redução de gordura e medidas, além do ultrassom microfocado e lasers. Há ainda outros bastante procurados, como a rinoplastia, a lipoaspiração e o aumento das mamas.
Entre os benefícios, a dermatologista Isis Oliveira destaca a melhora da autoestima. Estudos mostram, inclusive, que certas características faciais podem contribuir, por exemplo, para ascensão profissional. Mas há riscos de se obter resultados ruins e complicações quando mal utilizados, além do exagero em pessoas que possuem transtorno de imagem e se deparam com profissionais que não colocam limites.
TECNOLOGIA
“Não é normal que alguém se olhe no espelho e queira mudar tudo; que não goste de nada em seu rosto ou corpo. O profissional deve identificar essa questão. Muitas vezes é um paciente que usa o procedimento estético para compensar algo que não está bom em sua vida. Fica insatisfeito mesmo fazendo repetidas vezes, perde o limite e obtém resultados artificiais”, prossegue Isis Oliveira. Segundo a médica, é preciso usar o que a ciência e a tecnologia oferecem a nosso favor, para realçar, por exemplo, os pontos de beleza no rosto. “A harmonização facial estabelece um padrão que muitas vezes envelhece a face de pacientes jovens”, reitera.
Também é importante lembrar os riscos das práticas, desde um simples peeling, até outras mais invasivos. O que varia é a chance de acontecer e o potencial de gravidade das complicações. Por isso, sugere Isis Oliveira, a avaliação correta com a definição do diagnóstico da queixa do paciente e o planejamento e execução do protocolo de tratamento adequado minimizam as chances. “Nem tudo pode ser feito em qualquer pessoa, em qualquer tipo de pele. Há contraindicações clínicas. O profissional adequado não apenas executa, mas também resolve problemas que possam acontecer em decorrência dos mesmos. Escolher a combinação adequada para cada um depende de um diagnóstico bem feito”.
Demandas – No caso das mulheres, observa a médica, a maioria tem uma queixa específica. As rugas de expressão, flacidez de pele e a sensação de queda ou derretimento do rosto que acontecem com o processo de envelhecimento são as principais. “É importante lembrar que existem múltiplos fatores e por isso é preciso identificar quais estão presentes para se definir o protocolo de tratamento mais adequado”, reitera.
Beleza requer uma pele bonita com boa qualidade. Não apenas injetar produtos para correção de sulcos, tendência atual. De que adianta ficar sem rugas e sulcos com uma pele toda manchada, cheia de poros e vasos aparentes, com aspecto envelhecido?
“Todos têm traços belos. O que se deve fazer é ressaltá-los, gerar pequenas transformações, quando necessário. Afinal, o segredo da beleza é envelhecer bem, mantendo as características da idade”, resume.