No dia 1º de outubro, o mundo celebra o Dia Internacional da Terceira Idade, uma oportunidade para refletir sobre os desafios e as necessidades da população acima de 60 anos. De acordo com o Estatuto do Idoso, essa fase da vida requer atenção especial, tanto à saúde mental quanto à saúde física, com foco em promover um envelhecimento ativo e saudável.
A geriatra e médica da família, Gabriella Polastri Stiilpen Barbosa, que atua no Usifamília, destaca a importância de um estilo de vida equilibrado ao longo dos anos. “A saúde mental é fundamental para garantir um envelhecimento feliz. Pequenas mudanças nos hábitos diários podem ter um impacto significativo na qualidade de vida dos idosos”, afirma.
Gabriella salienta que a adoção de uma dieta balanceada e a prática regular de exercícios físicos são essenciais para preservar a saúde do cérebro. “Alimentos como frutas, vegetais, grãos e carnes magras, além da redução do consumo de álcool e tabaco, trazem benefícios diretos para a mente”, explica.
Além da alimentação, a atividade física desempenha um papel crucial no bem-estar mental. Segundo a especialista, o exercício regular não apenas melhora a condição física, mas também estimula a liberação de substâncias que regulam o humor, reduzindo os níveis de estresse. “Atividades que trabalham flexibilidade e equilíbrio são fundamentais para prevenir quedas e lesões, promovendo assim uma saúde mais robusta”, complementa.
Neste Dia Internacional da Terceira Idade, a mensagem é clara: cuidar da saúde mental e física deve ser uma prioridade em todas as fases da vida, especialmente na terceira idade. As práticas saudáveis adotadas ao longo da vida podem garantir não apenas longevidade, mas também qualidade de vida.
Outro aspecto fundamental para um envelhecimento saudável é a qualidade do sono. Segundo a médica, uma boa noite de sono é essencial para o funcionamento adequado do corpo e da mente. “Durante o sono, o cérebro processa e consolida memórias, e quando o sono não é de qualidade prejudica a atenção, concentração e memória. É importante estabelecer uma rotina de sono adequada, dormir em horários regulares e evitar o uso de telas antes de deitar-se”, orienta.
Além do cuidado com o corpo, manter a mente ativa é um dos pilares para um envelhecimento saudável. A profissional sugere a prática de atividades cognitivas, como leitura, jogos de tabuleiro, quebra-cabeças, palavras cruzadas e até mesmo aprender novas habilidades, como tocar um instrumento musical ou fazer novos trabalhos manuais. “Essas atividades estimulam a plasticidade cerebral, que é a capacidade do cérebro de se adaptar e reorganizar suas conexões neurais. Isso melhora a capacidade cognitiva e ajuda a manter a mente afiada”, destaca.
Outro ponto ressaltado pela médica do Usifamília é o convívio social ativo, que é crucial para a saúde mental na terceira idade. “A interação social fornece suporte emocional, aumenta a autoestima e a autoconfiança, além de reduzir a sensação de solidão, que é um fator de risco para a depressão. Participar de grupos comunitários, manter contato com amigos e familiares e envolver-se em atividades sociais ajudam a melhorar a qualidade de vida e ter um envelhecimento ativo. Existem estudos que mostram que idosos com redes sociais sólidas têm menor probabilidade de desenvolver problemas graves de saúde e, por isso, vivem mais e de forma mais feliz”, aponta Gabriella.
A geriatra destaca, ainda, a importância de estar atento a sinais que podem indicar um declínio cognitivo, como a dificuldade para lembrar acontecimentos recentes, esquecer nomes ou perder objetos com frequência. Segundo Gabriella, esses sintomas não devem ser encarados como normais do envelhecimento e precisam ser avaliados por um médico. “O esquecimento não é uma parte normal do envelhecimento e deve sempre ser investigado, pois nem todo esquecimento é sinônimo de Alzheimer”, afirma.
Estudos mostram que cerca de 45% dos casos de demência no mundo poderiam ser prevenidos ou adiados com hábitos saudáveis e controle de fatores de risco modificáveis. Para isso, é importante manter atividades que estimulem o raciocínio, não fumar, evitar o consumo de álcool, manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e tratar doenças como hipertensão, diabetes dislipidemia e depressão.
Com isso, a médica reforça a importância de uma participação ativa no dia a dia para estimular a saúde mental e física na terceira idade e deixa uma mensagem às pessoas: “Envelhecer com saúde é uma escolha que pode ser cultivada ao longo dos anos, e investir em hábitos saudáveis é a melhor forma de garantir uma vida plena, ativa e feliz na terceira idade”, pontua.
Como forma de manter uma participação ativa do público da terceira idade, a Usisaúde disponibiliza, dentro do Programa +Atitude, o Projeto Compartilhar, que tem o foco no envelhecimento saudável. Por meio de uma equipe multiprofissional, são trabalhados vários temas, através de encontros em grupo, que contribuem para que, tanto o adulto que está se preparando para a próxima fase da vida quanto o idoso, tenham uma vida mais saudável, com hábitos que vão contribuir para manter uma boa saúde física e mental, tendo esse envelhecimento com muita qualidade de vida.
O Projeto Compartilhar é destinado aos beneficiários da Usisaúde com idade a partir de 60 anos. “Esses encontros são realizados pela nossa equipe multidisciplinar, trabalhando temas de grande relevância para a saúde do idoso, como memória, atenção, cognição, saúde mental e mobilidade. Além de ser um espaço de acolhimento, troca de experiências e socialização”, destaca a coordenadora da área de Promoção da Saúde da Usisaúde, Fernanda Campera.