O advogado Cezar Bitencourt, defensor do tenente-coronel Mauro Cid, rejeitou prestar esclarecimentos sobre a viagem dos familiares de seu cliente aos Estados Unidos, em resposta direta ao pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em declaração contundente ao jornal Folha de S.Paulo, Bitencourt afirmou que os familiares de Cid não têm qualquer relação com o processo em curso e, portanto, não devem satisfações sobre suas movimentações. A família embarcou para Los Angeles no dia 30 de maio, com escala no Panamá, para participar da festa de 15 anos de uma sobrinha do militar.
O grupo familiar, composto pelos pais de Cid, sua esposa e uma de suas filhas, não tem data definida para retornar ao Brasil, embora registros de passagens indiquem volta prevista para 20 de junho. A viagem gerou suspeitas por parte da Procuradoria-Geral da República, que solicitou a prisão do tenente-coronel sob alegação de possível planejamento de fuga do país.
A Polícia Federal chegou a se dirigir à residência de Cid com ordem de prisão, mas foi informada sobre a revogação da medida pelo ministro Alexandre de Moraes. O militar compareceu à sede da PF em Brasília na manhã de sexta-feira para prestar depoimento sobre o caso.
A petição do procurador-geral Paulo Gonet também mencionou supostos esforços do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, para obter um passaporte português para Cid. Machado chegou a ser detido em Recife, mas teve sua prisão preventiva revogada na noite de sexta-feira.
“O Cid não pode viajar há mais de ano! E ninguém morre por não poder viajar! Ele está bem e cumprindo as condições processuais!”, enfatizou Bitencourt, reforçando que seu cliente segue respeitando as restrições impostas pela Justiça, independentemente das movimentações de seus familiares.