O governo brasileiro enfrenta uma crise diplomática com os Estados Unidos após restrições na emissão de vistos para a comitiva que acompanhará o presidente Lula (PT) na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. A uma semana do evento, diversos membros da delegação brasileira ainda aguardam liberação de entrada no país.
A tensão escalou após o cancelamento de vistos de ministros brasileiros e seus familiares, incluindo Alexandre Padilha, da Saúde, e Ricardo Lewandowski, da Justiça. A medida é interpretada como retaliação do governo Trump ao Brasil, em meio a divergências políticas entre as duas nações.
O Itamaraty já manifestou protesto formal durante reunião nas Nações Unidas, argumentando que as restrições violam o acordo de sede da organização. O episódio ganhou maior relevância após o anúncio americano de não credenciamento da delegação palestina, decisão que também gerou críticas da diplomacia brasileira.
Diante do impasse, o Ministério das Relações Exteriores considera acionar mecanismos de arbitragem internacional dentro da própria ONU. A pasta não revelou o número exato de vistos pendentes, mas confirma que há solicitações ainda não atendidas pelas autoridades americanas.
A situação coloca em risco a participação plena da delegação brasileira no Debate Geral, principal evento do calendário das Nações Unidas. O encontro reúne anualmente líderes mundiais para discussões sobre temas globais e representa importante fórum de articulação diplomática internacional.
Esta disputa evidencia o momento delicado nas relações Brasil-Estados Unidos e testa os limites do acordo que garante o funcionamento da ONU em território americano. A resolução do impasse pode estabelecer importantes precedentes para futuras questões similares no âmbito das Nações Unidas.
























