O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mobiliza sua equipe ministerial para responder ao aumento de 25% nas tarifas de alumínio e aço anunciado pelos Estados Unidos. A medida, revelada no domingo pelo governo americano, provocou imediata reação do Palácio do Planalto, que convocará reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Mauro Vieira.
O governo brasileiro já vinha se preparando para possíveis ações desde a vitória de Donald Trump. Ministérios da área econômica receberam orientação para desenvolver estratégias de resposta, caso as ameaças de aumento nas taxações se concretizassem. A preocupação se justifica pelo impacto direto nas exportações brasileiras, especialmente no setor siderúrgico.
Empresas como a Gerdau, que possui operações nos dois países, podem ser severamente afetadas pela nova política americana. O mesmo vale para a americana Alcoa, que mantém subsidiárias em território brasileiro, demonstrando como a medida pode prejudicar negócios em ambos os lados.
Lula tem adotado postura cautelosa diante da situação, preferindo aguardar a efetivação das medidas antes de convocar oficialmente a reunião ministerial. O princípio da reciprocidade, mencionado pelo presidente, sugere que o Brasil pode adotar medidas similares contra produtos americanos, prática comum nas relações comerciais internacionais.
O Brasil vinha mantendo discrição nas relações com os Estados Unidos desde a última eleição americana, tentando evitar confrontos diretos. Diferentemente de outros países como Canadá, México e Dinamarca, que já haviam entrado em rota de colisão com Trump, o Brasil conseguiu permanecer relativamente distante das polêmicas até o anúncio das novas tarifas.
A implementação da medida, prevista para início imediato, deve acelerar as discussões no governo brasileiro sobre possíveis contramedidas. O encontro entre Lula, Alckmin e Vieira, ainda sem data definida, será crucial para determinar o posicionamento oficial do Brasil diante desta nova fase nas relações comerciais com os Estados Unidos.