Diretora da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou um expressivo volume de recursos descontados diretamente dos benefícios previdenciários através de convênios com associações. Durante depoimento à CPMI do INSS nesta quinta-feira (4), a diretora de Auditoria de Previdência, Eliane Viegas Mota, informou que apenas a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) arrecadou R$ 3,47 bilhões entre 2016 e março de 2025.
O montante pode alcançar R$ 3,6 bilhões, segundo estimativas da CGU. A Contag mantém acordo com o INSS desde 1990, sendo a primeira entidade a estabelecer este tipo de convênio para descontos associativos na folha de pagamento dos beneficiários.
A revelação ocorreu durante investigações sobre irregularidades em convênios similares. Em 2019, diversas entidades tiveram seus acordos suspensos após denúncias, incluindo Centrap, Abasp, Asbap e Anaps. Algumas dessas organizações, após a suspensão, continuaram operando sob novos nomes e registros.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar, manifestou preocupação com a situação, especialmente sobre a capacidade dessas entidades de retomarem atividades mesmo após sanções. A diretora da CGU admitiu limitações no acesso a dados históricos anteriores a 2016, mas comprometeu-se a fornecer todos os relatórios disponíveis à comissão.
A investigação prossegue com novos depoimentos programados para a próxima semana, incluindo ex-ministros e representantes das entidades envolvidas. O caso expõe vulnerabilidades no sistema de convênios do INSS e levanta questões sobre a necessidade de maior controle sobre descontos em benefícios previdenciários.
























