Após a audiência entre representantes do Shopping Vale do Aço, da Administração de Ipatinga e do Ministério Público, que terminou sem uma previsão para a reabertura do centro de compras, a Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Prestação de Serviços de Ipatinga (Aciapi) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) demonstraram decepção com o desfecho de tal audiência. As entidades empresariais entendem que as lojas do shopping não suportam mais ficar sem receber clientes, já que estão fechadas há cerca de quatro meses por força de decisão judicial da Comarca de Ipatinga e mantida em segunda instância, em Belo Horizonte.
A Aciapi e CDL de Ipatinga se manifestaram ainda que não é a melhor escolha uma possível adesão do município ao programa “Minas Consciente”, do governo do Estado, conforme proposto pelos representantes da administração do shopping durante a audiência de conciliação, realizada na tarde de quarta-feira (22). O plano “Minas Consciente” pretende, dentre outras medidas, orientar a retomada gradual das atividades econômicas nos municípios do estado, em quatro etapas.
NÃO É A MELHOR OPÇÃO
Na avaliação do presidente da Aciapi, Cláudio Zambaldi, o “Minas Consciente” não é a melhor opção para Ipatinga, porque os estabelecimentos classificados como “não essenciais” teriam que ser fechados novamente, conforme prevê a primeira etapa do programa.
“Com isso, de imediato, ficariam fechado não apenas as lojas do shopping, mas também dezenas de lojas de rua, que já funcionam em dias alternados há algumas semanas. O ‘Minas Consciente’ não permite a total reabertura imediata dos estabelecimentos do shopping, e sim de alguns segmentos ao longo do tempo. Portanto, se o município aderir ao programa, ficaríamos esperando o retorno do Estado, que tem ações lentas. Vale lembrar que Ipatinga esperou mais de 100 dias para receber respiradores do governo estadual, só para citar uma situação de aguardo de uma ação efetiva do governo de Minas”, afirmou.
REFÉNS
O presidente da CDL de Ipatinga, Amaury Gonçalves, destaca que o “Minas Consciente” deverá passar por uma reformulação nos próximos dias, devido à baixa adesão de municípios.
“O programa do Estado não contempla a realidade de cada cidade, por isso passará por uma reformulação. Além disso, quando adere ao ‘Minas Consciente’, a situação sai do controle do prefeito e vai para o governo estadual, e não podemos ser reféns dele. Gostaria de ressaltar também que em momento algum somos contra a reabertura do shopping, pelo contrário, somos a favor, porém é preciso avaliar com muito cuidado o cenário atual da nossa cidade, que já demonstra uma melhora em relação aos índices de transmissibilidade da covid. Portanto, temos que avançar no diálogo com o Comitê Gestor de Crise para que todo o comércio volte a trabalhar nos dias e horários normais, e não voltar a fechar as lojas e abrir somente quando o Estado julgar que estamos prontos”, pontuou.