Por William Saliba e Cid Miranda
Após ser noticiado nesta terça-feira (10), no site do Instituto Aço Brasil, um detalhamento de projetos com investimentos de mais de US$ 37 bilhões no Brasil de 2020 a 2024, com empreendimentos para a produção de ferro, bauxita, cobre, zinco, ouro, níquel, nióbio, zinco, fertilizantes entre outros, em diversos estados, o presidente da Usiminas, Sergio Leite, em live realizada na tarde de hoje com a imprensa da Região Metropolitana do Vale do Aço, afirmou que a Mineração Usiminas (Musa), fará parte destes investimentos. Os projetos têm perspectivas de gerar mais de 60 mil empregos e movimentar cadeias produtivas formadas por várias centenas de empresas no longo prazo.
Leite abriu a sessão do programa “Diálogos Usiminas” com a imprensa informando que o grupo Usiminas finalizou o terceiro trimestre com excelentes resultados. Ele começou destacando a Musa, criada em 2009, que obteve o maior recorde de produção de toda a sua história.
GASÔMETRO
Sérgio Leite anunciou que as obras de reconstrução do Gasômetro 3 da Usina de Ipatinga, destruído em acidente ocorrido em 10 de agosto de 2018, prosseguem conforme o cronograma. A reconstrução, que conta com a participação da Usiminas Mecânica, está prevista para o final do primeiro semestre de 2021. Os custos estão sendo cobertos pelas empresas seguradoras do equipamento.
ALTOS-FORNOS
A Usiminas iniciou estudos para o reacendimento do Alto-Forno 2, que teve a sua produção suspensa no início deste ano, devido os reflexos no mercado do aço causados pela pandemia de Covid-19. Sérgio Leite informou que, em 12 de junho de 2022, será iniciada a reforma do Alto-Forno 3 de Ipatinga, que deve ser concluída no dia 30 de setembro seguinte. Na reforma do equipamento, deverão ser investidos R$ 1 bilhão e 200 milhões.
LUCRO
A Usiminas reverteu o prejuízo de R$ 139 milhões no terceiro trimestre de 2019 em lucro de R$ 198 milhões entre julho e setembro deste ano. No segundo trimestre de 2020, a companhia havia apresentado prejuízo de R$ 395 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 826 milhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 87% na comparação com o mesmo período de 2019.
Em relação ao segundo trimestre deste ano, a alta chega a 331%. Segundo o presidente da companhia, a elevação decorre, sobretudo, dos melhores resultados no período, nas Unidades de Siderurgia, Mineração e Transformação do Aço.
GEOPOLÍTICA
“A Usiminas está preparada para o crescimento do PIB brasileiro”, assegura Leite. O Brasil tem um grande potencial de mercado segundo o presidente, considerando que o consumo per capta de aço no Brasil está estável há 50 anos. “Enquanto o Brasil consome 100 kg/hab/ano, países do primeiro mundo consomem em média 500 kg/hab/ano. A Coréia do Sul é a maior consumidora mundial, com 1.000/hab/ano” – destaca Sérgio Leite.
“Atualmente, o nosso quadro de empregados está estável. No entanto se a economia brasileira crescer, o desejo da Usiminas sempre gerar postos de trabalho, com a autossatisfação dos seus empregados” – assinala o presidente da companhia.
Respondendo ao questionamento sobre a geopolítica mundial, Sérgio Leite afirma que o momento é de expectativa quanto a definição política nos Estados Unidos. “Os EUA dão equilíbrio ao mercado do aço. A China conturba o segmento, com subsídios e sub-remuneração de mão de obra”. – conclui.