“Com juro mais baixo, com câmbio mais competitivo, simplificando os impostos e derrubando o custo da energia, nós vamos reindustrializar o Brasil”, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante palestra de abertura do 3º Encontro O Brasil Quer Mais, promovido pela International Chamber of Commerce Brazil (ICC), nesta segunda-feira (23), transmitido pela internet. “Realmente, temos a visão de que o Brasil precisa ir da agricultura para a agroindústria, e vamos reindustrializar o país em cima das reformas que estamos fazendo”, explicou Guedes, se referindo às reformas de marcos regulatórios e também à tributária.
“Temos um futuro extraordinário em cima de uma vantagem competitiva incontornável que é a agricultura. O Brasil é uma potência agrícola. O próximo passo é o Brasil se tornar uma potência agroindustrial. O Brasil vai efetivamente alimentar o mundo”, comentou o ministro ao considerar que as grandes populações da China e da Índia deverão comprar mais alimentos nos próximos anos. “Temos uma massa continental, só que não temos uma população de 1,3 bilhão. Então, nós podemos exportar para 1,3 bilhão de habitantes com a produtividade que nós temos”, acrescentou, ao se referir ao potencial de ampliação das exportações brasileiras para a Índia.
Guedes explicou, ainda, que a trajetória de desenvolvimento econômico de países asiáticos – que retirou 3,7 bilhões de pessoas da miséria – ocorreu não como resultado de planejamento estatal centralizado, mas por meio da abertura comercial e da economia de mercado. Diante disso, defendeu que a abertura comercial brasileira deve ser um processo gradual e seguro, mas que é também inexorável. “Nós dedicamos esse primeiro ano e meio para atacar as grandes despesas do governo e jogamos na defesa. Nos próximos dois anos, nós vamos para o ataque. Vamos para as privatizações e para a abertura”, declarou.
O ministro informou que, durante a sua gestão no Ministério da Economia, vêm sendo feitos diversos acordos comerciais que “estavam parados há décadas”. O ministro esclareceu ainda sobre a importância do atual processo que visa ao ingresso do Brasil como membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Estamos avançando em acordos mais amplos, que vão fazer muita diferença. Na hora em que o Brasil entrar na OCDE, teremos que seguir nas tarifas, nos acordos de serviços, nos acordos de bitributação. Com tudo isso, nós teremos que nos mover. É mais importante botar no trilho do que fazer um pequeno movimento que vai ficar perdido no tempo”, avaliou.
O evento da ICC debate a agenda de retomada econômica e inserção internacional a partir da modernização da economia brasileira, aliando sustentabilidade, integridade e desenvolvimento. As palestras continuam nesta terça-feira (24) e na quarta-feira (25).