A confiança dos pequenos negócios mineiros com a atividade econômica despencou em março. O Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon), caiu 17 pontos em relação a fevereiro, variando de 109 para 92. É o pior resultado do índice este ano, tendo o comércio como o setor menos confiante (87), uma queda de 23 pontos quando comparado ao mês anterior. O levantamento ouviu 1.330 empreendedores entre 6 e 15 de março.
A pesquisa confirma que as micro e pequenas empresas do comércio foram as mais afetadas pelas recentes medidas restritivas adotadas para conter o avanço da pandemia no estado. “De acordo com o levantamento, 43% desses estabelecimentos estavam sofrendo restrição total ou parcial de funcionamento no período, com impactos significativos no faturamento dos negócios”, explica a analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas Paola La Guardia.
O Iscon é calculado com base em dois indicadores: o ISE (Índice de Situação Esperada), que mede as expectativas dos empresários para os próximos três meses, e o ISR (Índice de Situação Recente), que considera as avaliações em relação aos últimos três meses. Um Iscon maior que 100 indica tendência de expansão da atividade, igual a 100, tendência de estabilidade e, menor que 100, de retração.
O ISR de março caiu 12 pontos (de 72 para 60) em relação a fevereiro, mas a queda maior ocorreu no ISE, em 18 pontos (de 127 para 109). “O ISE tem um peso duas vezes mais relevante para o resultado do Iscon do que o ISR”, explica Paola La Guardia.
A queda da confiança dos pequenos negócios foi registrada em todos os setores, inclusive na Construção Civil, que é o setor mais confiante desde o início da série histórica do indicador, em novembro do ano passado. Porém, sua queda foi a mais suave (três pontos) e, por isso, o setor se destacou ainda mais em relação aos demais, com um Iscon de 122 pontos. A Construção Civil foi, inclusive, o único setor a ter expectativas otimistas para o crescimento da atividade em março. O Iscon da Indústria foi de 94 e o de Serviços, 90, uma queda de 18 e 13 pontos, respectivamente, em relação a fevereiro.
CONFIANÇA POR PORTE
As empresas de pequeno porte (EPP) eram o único segmento a sinalizar uma tendência de crescimento em março, com um Iscon de 103 pontos. Já os microempreendedores individuais (MEI) e as microempresas (ME) obtiveram índice de confiança abaixo de 100 (91 e 90 pontos, respectivamente), o que indica tendência de redução das atividades.
“As empresas de menor porte são as mais impactadas em um momento de crise. A empresa de maior porte tende a ser mais estruturada, com controles financeiros e possibilidade de oferecer garantias para obter crédito, por exemplo, um suporte imprescindível em situações de retração econômica”, avalia a analista do Sebrae Minas Paola La Guardia.
Além disso, completa a analista, “as empresas menores costumam ter menos capital de giro, o que dificulta ainda mais a sobrevida do empreendimento em condições de pouco ou nenhum faturamento por muito tempo”.