As Micro e Pequenas Empresas (MPE) mineiras reafirmam sua importância na economia. Os pequenos negócios continuam sendo os empreendimentos que mais geram empregos no estado. Segundo levantamento do Sebrae Minas feito com dados do Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (Caged), mesmo em um cenário de pandemia, em 2020, às MPE de Minas Gerais registraram um saldo de quase 36 mil postos de trabalho, resultado superior se comparado aos das grandes e médias empresas que terminaram o ano no negativo. Porém, mesmo com um bom desempenho, os pequenos negócios fecharam 2020 com o pior saldo de emprego desde 2017.
De acordo com o estudo do Sebrae Minas, no ano passado, as MPE mineiras abriram mais de 942 mil postos de trabalho e encerraram aproximadamente 906 mil vagas, gerando o saldo de 35.882 empregos. No mesmo período, as grandes e médias empresas do estado demitiram mais que contrataram, foram 628 mil contrações e 631 mil desligamentos, resultando no saldo de -3 mil empregos.
“Os números mostram a importância dos pequenos negócios na geração de empregos em Minas Gerais. Mesmo sendo muito impactadas pela crise, essas empresas tiveram que se reinventar, a maioria atuando no mercado on-line para conseguir faturar, dando sobrevida aos seus negócios”, explica o superintendente do Sebrae Minas, Afonso Maria Rocha.
Em 2020, as MPE mineiras foram responsáveis por 12% do saldo de empregos gerado no Brasil, colocando Minas Gerais na segunda posição entre os estados com os melhores desempenhos atrás apenas das MPE do Paraná, que tiveram o saldo de 38 mil empregos no período.
Porém, mesmo diante do bom resultado, o desempenho das MPE mineiras foi o pior desde 2017, quando chegou ao saldo de 36.055 vagas. Ao longo de uma década, apenas em 2015 e 2016 foram registrados saldos negativos de empregos gerados pelas MPE mineiras.
MOTIVADORES
O saldo de empregos gerados pelas MPE mineiras, em 2020, foi estimulado, principalmente, pela recuperação da construção civil, responsável por 71% do saldo de empregos obtidos no estado (25.593 vagas). Apenas a atividade de construção de edifícios gerou mais de 4 mil postos de trabalho no período.
Na contramão, o comércio foi o único setor em Minas Gerais que registrou saldo negativo no ano, quase – 2 mil vagas. “A restrição do funcionamento das empresas, provocado pelo isolamento social, impactou diretamente o comércio, principalmente, o varejista. Para se ter uma ideia do tamanho do estrago, apenas o comércio varejista de vestuário foi responsável por mais de mais de 7 mil demissões, situação que só não foi pior que a dos restaurantes, em que houve cerca de 11 mil desligamentos”, justifica o superintendente do Sebrae Minas.
Já no ranking das cidades mineiras com os melhores saldos de empregos gerados pelas MPE, em 2020, lideram: Betim (2.333 vagas), Contagem (2.177 vagas) e Itabira (2.077 vagas). Juiz de Fora (-3.064 vagas) e Nova Serrana (-2.735 vagas) foram as tiveram os piores saldos de empregos registrados no ano.