A deputada Andreia de Jesus (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), cobrou que sejam apuradas as 26 mortes na Operação conjunta da PMMG e PRF em Varginha, Sul de Minas, contra uma quadrilha de assaltantes de bancos.
Os supostos criminosos mortos são suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em assaltos, do chamado “novo cangaço”. De acordo com a Polícia, a quadrilha planejava um roubo de R$ 65 milhões num centro de distribuição de dinheiro da cidade.
A parlamentar classificou o episódio como “lamentável” e solidarizou-se com as famílias dos criminosos.
“É lamentável. Me coloco no lugar das mães que hoje choram [por] seus filhos. Operação exitosa não deixa óbitos”, declarou.
De acordo com a deputada, a Comissão dos Direitos Humanos fez um pedido para que a corregedoria da PM investigue a ação, assim como o Ministério Público e a Ouvidoria externa do MP.
A psolista defende que a polícia agiu errado ao não procurar preservar a vida dos meliantes. De acordo com ela, não havia a “necessidade” de a operação terminar com 26 óbitos.
“Eu considero gravíssimo que uma operação policial, que tem como finalidade prevenir crimes, impedir que a criminalidade avance, não seja exitosa e leve a óbito 26 pessoas. A abordagem não observou o protocolo de Direitos Humanos, que estabelece que, em primeiro lugar, deve-se preservar a vida das pessoas. A polícia precisou matar 26 pessoas”, comentou.
“Não sabemos ainda as circunstâncias que levaram a esse número grande de mortos, se houve troca de tiros, confronto, tudo isso a polícia ainda irá investigar. Aliás, causa estranhamento que a Polícia Civil não tenha participado da operação, porque é essa integração que garante êxito. Agora, ela está incumbida de fazer os exames periciais para saber se houve confronto e se houve uso de força desnecessária”, completou.
PM REBATE CRÍTICAS
O chefe de jornalismo da Polícia Militar de Minas Gerais, tenente-coronel Flávio Santiago, disse que as críticas refletem desconhecimento de questões operacionais envolvendo “quadrilhas de alto índice de beligerância”. Ele citou a apreensão de armas de guerra – como uma .50 com poder de fogo contra tanques e blindados –, além mais de cinco mil munições.
“São pessoas que não se entregam, utilizam às vezes até cocaína e outros alucinógenos para aumentar a capacidade de enfrentamento”, justificou o tenente-coronel.
Para ele, sugerir que a ação teve indícios de execução e “analisar um fato desse numa mera matemática de equilíbrio é infame”.
Santiago diz que a ausência de policiais feridos se deve ao fato de que o elemento surpresa estava com a corporação.
Fonte: Pleno.News