Os postos de combustíveis de várias cidades mineiras estão cheios durante esta sexta-feira (26). Em Ipatinga, consumidores fazem filas após anúncio de greve dos transportadores de combustíveis e de derivados de petróleo de Minas Gerais. Alguns postos do município já estão sem combustível.
O Minaspetro, sindicato que representa os cerca de 4,5 mil postos de combustíveis do estado, disse que a greve “está afetando o abastecimento dos postos” da Grande BH, que estão “com dificuldades para fazer pedidos juntos às distribuidoras de combustíveis e abastecer os caminhões próprios nas bases, em virtude do bloqueio da entrada e saída de veículos pelos grevistas”.
A entidade não registrou ainda desabastecimento e disse que não consegue prever quando isso ocorrerá, mas disse que “caso a greve permaneça nas próximas horas, certamente haverá falta de produtos nos postos de combustíveis do estado”.
REIVINDICAÇÕES DOS GREVISTAS
De acordo com o Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do estado (Sindtanque), a categoria, conhecida como “tanqueiros”, reivindica do governo a redução do ICMS de 15% para 12% sobre o diesel.
“O descaso, a falta de sensibilidade do governo estadual para com o setor e o aumento no preço do combustível é inadmissível. Por isso, a paralisação é inevitável. A luta pela redução do ICMS do diesel em Minas completou uma década, e no atual governo não houve nenhum avanço nas negociações”, disse o presidente do Sindtanque, Irani Gomes.
A greve foi decidida após carreata feita nesta quinta-feira (25) pela categoria. Cerca de 100 caminhões saíram de Betim e seguiram até a Cidade Administrativa em Belo Horizonte.
“Não há previsão para nova assembleia. Tiramos esta sexta-feira para fazer negociações”, contou Gomes.
GOVERNO CULPA PETROBRAS
O governador Romeu Zema (Novo) participou de uma reunião, nesta quinta-feira, na Assembleia Legislativa e falou sobre o ICMS. Ele não descartou a redução do imposto, mas ressaltou que o estado está “quebrado”.
“Para esse valor ser reduzido, depende de lei. Um estado que está quebrado teria grandes dificuldades de abrir mão de receita, mas é algo a ser analisado. O que nós queremos a longo prazo é que, com as finanças em equilíbrio, possamos ter alíquotas menores. Esse é o nosso sonho”, disse Zema.
O governo de Minas disse, em nota, que as recentes mudanças no preço dos combustíveis não são em função do ICMS, mas sim da política de preços praticada pela Petrobras.
Veja a nota completa:
“O estado reafirma seu compromisso de não promover o aumento de nenhuma alíquota de ICMS até que seja possível começar a trabalhar pela redução efetiva da carga tributária. No momento, em virtude da situação financeira do estado, a Lei de Responsabilidade Fiscal exige uma compensação para aumentar receita em qualquer movimento de renúncia fiscal, o que não torna possível a redução da alíquota.
Informamos ainda que o Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) é atualizado mensalmente levando-se em consideração os preços praticados pelos postos revendedores em todas as regiões do Estado. O resultado da pesquisa realizada pela Secretaria de Fazenda é baseado nas Notas Fiscais emitidas por 4.272 postos revendedores distribuídos em 828 municípios mineiros.
Sobre a manifestação realizada ontem na Cidade Administrativa, o Governo esclarece que esteve disponível para ouvir as demandas dos tanqueiros, mas não houve pedido de reunião por parte dos manifestantes”.
(Com informações G1 Minas)