O monumento “Descobrimento do Brasil”, localizado no Largo da Glória, na zona sul do Rio de Janeiro, foi incendiado por um grupo de vândalos na madrugada de terça-feira (24). A obra é formada por estátuas de bronze de Pedro Álvares Cabral, Pero Vaz de Caminha e do Frei Henrique de Coimbra, que celebrou a primeira missa no Brasil.
Imagens do vandalismo circulam pelas redes sociais. A ação seria um protesto contra o chamado “marco temporal”, que pode ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Como a Oeste informou, o dispositivo estabelece que uma terra indígena só poderá ser demarcada caso comprovado que os índios residiam no local na data da promulgação da Constituição: 5 de outubro de 1988. Quem estava fora da área na data não teria direito a pedir sua demarcação.
Políticos de esquerda, como a deputada federal psolista Sâmia Bomfim, comemoraram o atentado: ”Nessa madrugada, a estátua de Pedro Álvares Cabral, no Rio de Janeiro, foi incendiada por um coletivo indígena, contra o Marco Temporal, que considera terras indígenas apenas as ocupadas até 1988, e que será votado pelo STF. Não ao Marco Temporal!”, disse Sâmia.
Grande parte do monumento ficou manchada por causa das chamas. No local, foram deixados cartazes com a frase “Marco temporal é genocídio”. A Polícia Civil do Rio está consultando imagens das câmeras de segurança e testemunhas para identificar os vândalos.
O autor da obra é o escultor Rodolfo Bernardelli. O monumento foi inaugurado em 1900, para celebrar os 400 anos da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.
Com informações da Revista Oeste