Nesta quarta-feira (14), o Ibovespa começou em queda e o dólar em alta, refletindo, sobretudo, o cenário político e fiscal no país. Às 12h19, o Ibovespa caía 1,84%, aos 101.632 pontos. No mesmo horário, o dólar comercial subia 0,53%, cotado a R$ 5,344.
Os ativos ordinários da petroleira tinham maior queda do Ibovespa, recuando 7,91%. Os preferenciais vinham na sequência, com recuo de 7,29%. O Banco do Brasil também figurava entre as maiores perdas do principal índice da bolsa brasileira, com queda de 4,83%.
O dia ainda tem rescaldo das nomeações feitas pelo futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na véspera, mas o fato do dia foi aprovação de uma mudança na Lei das Estatais, que aconteceu no fim da noite de ontem na Câmara dos Deputados.
O projeto vai permitir que Aloizio Mercadante assuma a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sem enfrentar os limites impostos pela lei aprovada no governo Temer.
A aprovação da proposta vem após rumores que surgiram na segunda-feira, dizendo que o novo governo revogaria a Lei das Estatais com Medida Provisória, o que causou grande preocupação no mercado.
A rápida aprovação da proposta sinaliza, primeiro, um arranjo muito bem azeitado entre Arthur Lira, presidente da Câmara, e o presidente eleito Lula, e uma disposição preocupante de alterar regras para acomodar projetos políticos do PT, na avaliação de analistas do mercado.
O texto, que agora vai para o Senado, diminui de 36 meses para 30 dias a quarentena exigida para quem tem atuado numa campanha eleitoral ou participado de decisões partidárias, o caso de Mercadante.
O projeto também facilitou as indicações para conselho diretor ou diretoria colegiada das agências reguladoras.
Também no radar do mercado está a decisão de política monetária do Federal Reserve (BC dos EUA), que será divulgada à tarde.
Espera-se que a autoridade aumente as taxas de juros em meio ponto (0,50) na conclusão de sua reunião de política econômica de dois dias nesta quarta-feira (14), uma indicação de que o banco central está recuando em sua postura agressiva à medida que começam a surgir sinais de que a inflação pode estar diminuindo.
Com informações de Thais Herédia, analista de economia da CNN/publicado por Ligia Tuon