O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 1,2% no segundo trimestre de 2022, comparado ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. É o quarto resultado positivo consecutivo. Frente ao mesmo trimestre de 2021, o PIB cresceu 3,2%. No primeiro semestre de 2022, o PIB acumula alta de 2,5%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (1°) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
“O Brasil cresceu mais que os países do G7 (grupo das sete maiores economias do mundo) e cresceu mais que a China nesse primeiro semestre”, afirmou o chefe da assessoria especial de estudos econômicos, do Ministério da Economia, Rogério Boueri.
Em valores correntes, o PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, totalizou R$ 2,4 trilhões no segundo trimestre de 2022. O setor da economia que registrou maior crescimento foi a indústria (2,2%), seguida pelos serviços, que avançaram 1,3%, e a agropecuária, que expandiu 0,5%.
Apesar de não ter sido a atividade econômica com o maior resultado, foram os serviços que impactaram fortemente o crescimento do PIB do segundo trimestre, como explicou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
“Os serviços pesam 70% da economia, então têm um impacto maior nesse resultado. Dentro dos serviços, outras atividades de serviços (3,3%), transportes (3,0%) e informação e comunicação (2,9%) avançaram e puxaram essa alta. Em outras atividades de serviços, estão os serviços presenciais, que estavam represados durante a pandemia, como os restaurantes e hotéis, por exemplo”, disse Rebeca Palis.
Nos serviços, apresentaram resultados positivos: outras atividades de serviços (3,3%), transporte, armazenagem e correio (3,0%), informação e comunicação (2,9%), comércio (1,7%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,4%) e atividades imobiliárias (0,3%). Houve queda em administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-0,8%).
O crescimento de 2,2% na indústria se deve aos desempenhos positivos de 3,1% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, de 2,7% na construção, de 2,2% nas indústrias extrativas e 1,7% nas indústrias de transformação.
A agropecuária, que havia recuado 0,9% no último trimestre, variou 0,5% no segundo trimestre deste ano. No semestre, a agropecuária vem caindo, puxada pela retração na produção da soja, que é a maior lavoura do país.
O avanço do PIB no primeiro semestre deste ano (2,5%) mostra que a atividade econômica do país está 3,0% acima do patamar pré-crise sanitária da Covid-19, registrado no quarto trimestre de 2019.
CONSUMO DAS FAMÍLIAS
O consumo das famílias cresceu 2,6% no segundo trimestre, maior alta desde o quarto trimestre de 2020. A alta se explica, em parte, à volta do crescimento dos serviços prestados às famílias que estavam com a demanda represada em razão da Covid-19, de acordo com a coordenadora Rebeca Palis.
“Também houve o crescimento do comércio, tanto do atacado quanto do varejo, o último ligado ao consumo das famílias. Outros pontos são a melhora do mercado de trabalho, com crescimento da massa salarial na comparação anual, a liberação do saque emergencial do FGTS e a antecipação do 13º de aposentados e pensionistas do INSS. Tudo isso impactou o consumo, apesar do aumento da inflação e dos juros”, afirmou.