O Comando de Defesa Cibernética do Exército adquiriu a ferramenta Cellebrite Ufed, que permite a extração de dados em celulares, sistemas de nuvem e registros públicos armazenados em redes sociais como Twitter, Facebook e Instagram.
As informações são da reportagem da Folha de S. Paulo publicada ontem (3). A contratação da ferramenta foi feita nos últimos dias de 2021, quem comandava o exército na época era Paulo Sérgio Nogueira, que atualmente é ministro da Defesa.
O serviço é utilizado pelas polícias Federal e Civis, Instituto Nacional de Criminalística e Ministério Público como uma forma de acessar dados de celulares apreendidos por decisões judiciais.
A Folha informou que solicitou uma justificativa do Exército sobre a compra da ferramenta, porém não tiveram retorno. Os documentos encontrados na contratação da ferramenta justificam a compra do equipamento devido ao histórico de atividades do Comando de Defesa Cibernética (ComDCiber).
“A justificativa para a aquisição de uma solução para perícia em dispositivos móveis é o histórico de demandas apresentadas ao ComDCiber [Comando de Defesa Cibernética] nos últimos três anos” disse o documento com a data de 14 de junho de 2021, segundo estudo técnico.
O chefe de gabinete do Comando de Defesa Cibernética, coronel Alexander Vicente Ferreira, foi o responsável por formalizar o pedido do equipamento. A ferramenta adquirida pelo exército é equipada “com hardware próprio comercializado no Brasil” de acordo com os documentos de contratação.
O software Cellebrite foi usado pela polícia nas investigações do assassinato do garoto Henry em 2021. A ferramenta é fornecida pela empresa TechBiz, especializada em coleta e extração de dados e tecnologias forenses.
O Centro de Inteligência do Exército já conta com a ferramenta da TechBiz para serviços de extração e análise forense. No processo de contratação são listadas 41 funções que a ferramenta deve realizar extraindo dados de celulares.