A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de Timóteo, promoveu, na manhã desta sexta-feira (19), no auditório do Paço Municipal, o II Seminário Municipal do Serviço Família Acolhedora – Bem Me Quer. O encontro reuniu cerca de 130 profissionais de 20 municípios. Além de avaliar o primeiro ano de funcionamento do projeto em Timóteo, o seminário apontou caminhos para a efetivação e o sucesso do modelo de acolhimento familiar de crianças e adolescentes.
Conforme dados apresentados pelo palestrante e juiz da Vara da Infância e Juventude de Uberlândia e colaborador do movimento Coalização Nacional Família Acolhedora, José Roberto Poiani, no Brasil, existem atualmente 30.201 crianças na UTI da Infância (fora da proteção familiar), dessas 28.513 estão em instituições e apenas 1.472 em acolhimento familiar. “É possível mudar essa realidade, mudar a história dessas crianças e jovens. Mas para isso, é necessário que os municípios tenham o serviço de acolhimento funcionando de forma contínua, com ampla divulgação, cadastramento das famílias e acolhimento, além de uma rede de proteção atuante com diálogo constante”, sinalizou Poiani, frisando a importância da integração dos membros da rede de proteção, como os serviços públicos, Ministério Público e Judiciário.
O juiz frisou que o serviço de acolhimento familiar é um ambiente de alta complexidade que exige profissionalismo. Poiane também apontou a importância de dar à criança o direito de fala. “A criança tem que entender que o acolhimento familiar é uma proteção, não é uma pena. O serviço é provisório a protege nos momentos de turbulências. A tempestade passa e a vida continua”, discorreu, ressaltando que o acolhimento não importa em restrição de liberdade. “A criança fica onde se sente pertencente”, argumenta Poiani, fazendo a ressalva de que o acolhimento familiar não é solução para todos os casos.
O prefeito de Timóteo, Douglas Willkys, afirmou que a implementação do Serviço de Família Acolhedora em Timóteo, carinhosamente chamado de Bem Me Quer, traduz a prioridade da administração municipal de proporcionar um atendimento mais acolhedor àquelas crianças que, por alguma desventura, tiveram que se afastar de seus familiares, sobretudo na faixa etária de 0 a 6 anos. “Parabenizo a equipe técnica da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, que tem conduzido o processo de efetivação do serviço com a seriedade que o programa requer. E agradeço as famílias participantes e convido a novas famílias a se envolverem com esse projeto social”, salientou.
Desenvolvido pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, o Bem Me Quer já cadastrou cinco famílias que se dispuseram a acolher as crianças afastadas do seio familiar. Estas famílias passam por todo um processo de avaliação das condições sócioeconômicas e psicológicas, bem como são preparadas para o novo vínculo afetivo-familiar. Do total de famílias cadastradas, duas estão certificadas (aptas) para a execução da guarda provisória caso exista alguma demanda. As outras três estão em processo de formação. A definição sobre a guarda provisória em ambiente familiar será feita pelo setor judiciário. Paralelamente, o município mantém os serviços de acolhimento institucional.
PARTICIPANTES
A mesa de trabalho do II Seminário do Serviço Família Acolhedora contou com a presença da secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Rosanna Borges, do promotor de justiça e coordenador do CREDCA (Coordenadoria Regional dos Direitos da Criança e do Adolescente)-Vale do Rio Doce, Marco Aurélio Romeiro Alves Moreira e da presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Timóteo, Neide Barbosa Morais. Participaram representantes dos municípios de Bela Vista de Minas, Belo Oriente, Nova Era, Ferros, Inhapim, Caratinga, Alpercata, Jampruca, Itabira, Jaboticatubas, Pindo d´Água, Antônio Dias, Santana do Paraíso, Ipatinga, Coronel Fabriciano, Santa Rita de Minas, Jaguaraçu, Marliéira e Governador Valadares, além de Timóteo.