O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Paulo de Tarso Sanseverino suspendeu, no domingo (9) as peças de propaganda do candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva que associam o seu adversário nas eleições, o presidente Jair Bolsonaro, à prática de canibalismo. Por unanimidade, o TSE manteve nesta quinta-feira (13), a decisão.
No vídeo, a coligação de Lula (PT) revisitou uma declaração de 2016 do chefe do Executivo em que ele dizia que “comeria um índio sem problema nenhum”, em entrevista ao New York Times, em referência a uma prática da tribo.
Na sexta-feira 7, a campanha do presidente solicitou a retirada do material das redes sociais de Lula e que o compartilhamento da peça fosse proibido. De acordo com a defesa de Bolsonaro, “o petista usou de grave e intencional descontextualização como estratégia publicitária”.
Na entrevista em questão, o presidente narrava um episódio em que um indígena morreu e foi “cozinhado” pelos seus companheiros de tribo. “Morreu um índio, e eles estão cozinhando. Eles cozinham o índio. É a cultura deles”, disse Bolsonaro fazendo referência ao canibalismo.
Conforme o ministro Paulo de Tarso Sanseverino, relator do caso, a declaração de Bolsonaro estava descontextualizada. Outros seis magistrados seguiram o entendimento dele.
“A propaganda eleitoral impugnada apresenta recorte de determinado trecho de uma entrevista concedida pelo candidato representante, capaz de configurar grave descontextualização”, escreveu o ministro em sua decisão.
Para ele, o PT alterou o “sentido original de sua mensagem, porquanto sugere-se, intencionalmente, a possibilidade de o candidato representante admitir, em qualquer contexto, a possibilidade de consumir carne humana”.
Com informações da Revista Oeste