Mais uma vez, o mercado prevê um aumento na inflação para este ano, a sétima elevação semanal seguida. Há quatro semanas, a estimativa era de crescimento de 5,31%, com o novo anúncio a previsão passou para de 5,74%, ou seja, houve uma alta de 0,43 ponto percentual. Os dados são do Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (30), pelo Banco Central.
Segundo o portal R7, o cenário para a inflação neste e nos próximos anos continuou a piorar no relatório após falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista, ele questionou a autonomia do Banco Central, que foi aprovada durante o governo Bolsonaro, o nível de juros e a meta inflacionária.
Além disso, pesam os temores com as contas do governo e a surpresa com a prévia da inflação deste mês, com aumento de 0,55%.
Para 2024, a projeção também avançou para 3,9%. Há uma semana, a estimativa era de 3,84%, enquanto há quatro semanas era de 3,65%.
Considerando somente as 106 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 passou de 5,49% para 5,8%. Para 2024, variou de 3,87% para 3,94%, considerando cem atualizações no período.
Atualmente, o foco da política monetária está nos anos de 2023 e 2024. A mediana na Focus para a inflação oficial neste ano está bem acima da meta estabelecida de 4,75%. Se o número se confirmar, será a terceira vez seguida de descumprimento da meta, já que isso ocorreu em 2021 e 2022.
Para 2024, a mediana está acima do centro da meta, no patamar de 3%, mas ainda dentro do intervalo que vai de 1,5% a 4,5%.
No documento divulgado nesta segunda-feira, a mediana para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2025 continuou em 3,5%. Era de 3,25% há um mês.
Chama atenção ainda a trajetória de alta do IPCA de 2026, que está bem distante do horizonte relevante considerado pelo governo para a política monetária neste momento. A estimativa passou de 3,47% para 3,5% na última semana, contra 3,15% um mês antes.
A meta para 2025 é de 3,%, margem de 1,5% a 4,5%. Ainda não há objetivo definido para 2026.
Em reunião realizada em dezembro, o Banco Centrou atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 6% em 2022, 5% em 2023 e 3% para 2024. O colegiado manteve a Selic em 13,75% ao ano pela terceira vez seguida.