O ex-juiz da Operação Lava Jato, Sérgio Moro, hoje senador da República, reagiu enfaticamente à decisão do ministro Dias Toffoli que classificou a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como ‘o maior erro judiciário do País’ e apontou ‘parcialidade e conluio’ entre os agentes que atuaram na investigação.
“A corrupção nos governos do PT foi real, criminosos confessaram e mais de seis bilhões de reais foram recuperados para a Petrobras”, afirmou Moro em seu perfil no X/Twitter no final da manhã desta quarta-feira (6), em meio ao rebuliço causado pela decisão de Toffoli.
Segundo o Estadão, Sérgio Moro disse que a atuação da força-tarefa foi ‘dentro da lei, com as decisões confirmadas durante anos pelos Tribunais Superiores’. A afirmação contrasta com as ponderações de Toffoli, que fez duras críticas às condutas tanto dos magistrados como dos procuradores que atuaram na Operação.
O ex-deputado Deltan Dallagnoll, outro expoente da Lava Jato, também reagiu à decisão do STF, afirmando que o ‘maior erro da história do país não foi a condenação do Lula, mas a leniência do STF com a corrupção de Lula e de mais de 400 políticos delatados pela Odebrecht’.
TOFFOLI ANULA PROVAS DA ODEBRECHT
Ao enterrar de vez as provas do acordo de leniência da Odebrecht, Toffoli ressaltou que a ‘parcialidade’ do juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba, base da Operação Lava Jato, ‘extrapolou todos os limites e com certeza contamina diversos outros procedimentos’.
O magistrado ressaltou que os ‘constantes ajustes e combinações’ realizados entre o ex-juiz Sérgio Moro e os procuradores da extinta força-tarefa da Lava Jato ‘representam verdadeiro conluio a inviabilizar o exercício do contraditório e da ampla defesa’.
“Aqui não se está a dizer que no bojo da mencionada operação não tenha havido investigação de ilícitos verdadeiramente cometidos, apurados e sancionados, mas, ao fim e ao cabo, o que esta Reclamação deixa evidente é que se utilizou de um cover-up de combate à corrupção, com o intuito de levar um líder político às grades, com parcialidade e, em conluio, forjando-se ‘provas’”, escreveu.
“Centenas de acordos de leniências e de delações premiadas foram celebrados como meios ilegítimos de levar inocentes à prisão. Delações essas que caem por terra, dia após dia, aliás. Tal conluio e parcialidade demonstram, a não mais poder, que houve uma verdadeira conspiração com o objetivo de colocar um inocente como tendo cometido crimes jamais por ele praticados”, completou.