O governo federal nomeou a professora Kelli Cristina, coordenadora nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), para ocupar um cargo na Secretaria-Geral da Presidência. Kelli será secretária nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas. A informação foi divulgada na última terça-feira (24). O ministro da pasta, Márcio Macêdo, também já havia adiantado a nomeação em seu perfil no Twitter.
Segundo o portal da Revista Oeste, o cargo que Kelli vai exercer foi criado por Lula ainda neste mês. O objetivo será estabelecer um canal de comunicação direto entre o Palácio do Planalto com a sociedade civil. Desse modo, os representantes de movimentos sociais poderão levar suas demandas para as autoridades de forma pacífica.
Kelli tem no currículo alguns episódios que envolvem invasão a propriedades rurais, a prédios públicos e bloqueio de rodovias.
A professora ainda liderou uma das ações mais conhecidas do MST: a invasão a fazenda do coronel João Baptista de Lima Filho, ex-auxiliar e amigo do ex-presidente Michel Temer.
Na ocasião, Kelli e cerca de mil pessoas entraram no local, renderam funcionários, depredaram, danificaram carros, furtaram equipamentos, abateram animais e espalharam fezes na propriedade privada. Kelli foi indiciada por furto, dano, disparo de arma de fogo e participação em organização criminosa.
O caso, contudo, foi arquivado. Segundo a revista Veja, entre 2013 e 2021, Kelli recebeu os benefícios do Bolsa Família e Auxílio Brasil, programas destinados para famílias carentes. A professora ganhou ao todo R$ 16 mil em valores corrigidos.