O governo do presidente Lula (PT) aumentou, nesta quarta-feira (25), a lista de dispensa de militares que atuam no Palácio do Planalto em meio à crise de confiança após os atos de vandalismo do dia 8 de janeiro. Foram dispensados 9 militares que atuam na Vice-Presidência da República, em portarias publicadas no “Diário Oficial” da União.
O Gabinete de Segurança Institucional, que também vem dispensando militares em série desde as manifestações, retirou outros 2 integrantes das Forças Armadas de seus quadros.
De acordo com a Folha de S.Paulo, os militares dispensados da Vice-Presidência da República atuavam no Departamento de Administração e Finanças, na Diretoria de Administração e também na Assessoria Militar. Também foi exonerado o major Victor Almeida Pontes, que era o chefe da ajudância de ordens da Vice-Presidência.
No GSI, foi exonerado um oficial que era supervisor do departamento de Coordenação de Eventos, Viagens e Cerimonial Militar da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do órgão. O outro atuava no departamento de Gestão.
As novas mudanças acontecem um dia após o governo Lula substituir o secretário-executivo do GSI, que é o número 2 da pasta.
Foi exonerado do cargo o general Carlos José Russo Assumpção Penteado, que passará à situação de adido do gabinete do comandante do Exército. O oficial é muito próximo e considerado homem de confiança do ex-chefe do GSI no governo Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno.
Em seu lugar, assume a secretaria-executiva do GSI o general Ricardo José Nigri. Trata-se de um homem respeitado dentro das Forças Armadas, que já foi oficial de gabinete do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas.
Apenas na semana passada, 84 militares haviam deixado suas funções no Planalto. Nesta semana, outros 5 já haviam sido dispensados, na segunda-feira (22).
O clima de desconfiança com o GSI já vem desde os trabalhos do gabinete de transição. Apesar de ter nomeado um homem de sua confiança, o general Gonçalves Dias, a equipe de Lula decidiu passar a responsabilidade pela segurança do presidente do GSI para a Polícia Federal.
Durante o governo Bolsonaro, o Gabinete de Segurança Institucional tornou-se um órgão com grande proximidade ao mandatário, tendo sido aparelhado por aliados, pelo general Augusto Heleno.
A desconfiança com o GSI e com as Forças Armadas atingiram um ápice após os atos de vandalismo do dia 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. No Planalto, praticamente não houve resistência das forças de segurança.
Em entrevista à GloboNews, Lula chegou a falar que o setor de inteligência do governo não existiu.