Por William Argolo Saliba (*)
A água, substância essencial para a vida, pode ter uma capacidade surpreendente: memorizar informações. Pesquisadores descobriram evidências de que a estrutura molecular da água é capaz de reter uma espécie de “memória” de substâncias que foram diluídas nela, mesmo quando não há mais moléculas dessas substâncias presentes.
O estudo, conduzido pela cientista Maria Kuman do Holistic Research Institute nos Estados Unidos, analisou a estrutura e propriedades únicas da água líquida. Kuman explica que, ao contrário do que se pensava, a água líquida não é uma substância homogênea, mas contém aglomerados de moléculas em configuração cristalina, semelhantes ao gelo, nadando em água líquida.
“Quando o gelo derrete para formar água líquida, apenas 40% das ligações de hidrogênio entre as moléculas de água são rompidas”, afirma a pesquisadora. “Isso significa que a água líquida mantém boa parte de sua estrutura cristalina original, o que lhe confere a capacidade de memorizar informações.”
Segundo Kuman, essa estrutura heterogênea e dinâmica da água permite que ela seja “impressa” com diferentes tipos de informação, como campos eletromagnéticos, vibrações sonoras e até mesmo emoções humanas. A pesquisadora cita estudos anteriores que demonstraram mudanças na estrutura da água exposta a música clássica ou a pensamentos positivos e negativos.
“A estrutura da água é muito sensível a influências externas”, explica Kuman. “Corrente elétrica, mudanças na pressão atmosférica, exposição à luz – todos esses fatores podem causar reconfigurações nos aglomerados de moléculas da água.”
A cientista afirma que essa capacidade de memória da água pode ter implicações importantes para áreas como medicina e biologia. Ela cita o trabalho do imunologista francês Jacques Benveniste, que na década de 1980 observou que soluções extremamente diluídas de anticorpos ainda produziam efeitos biológicos, mesmo quando não havia mais moléculas de anticorpos presentes.
“Benveniste concluiu corretamente que a água tinha memória, mas como imunologista ele não conseguiu explicar o mecanismo por trás disso”, diz Kuman. “Agora entendemos que o que fica impresso na estrutura da água são as frequências do campo eletromagnético não-linear das biomoléculas.”
A pesquisadora ressalta que mais estudos são necessários para compreender completamente as implicações desse fenômeno. No entanto, ela acredita que essa descoberta pode abrir novas possibilidades em campos como tratamento de doenças, purificação de água e até mesmo no desenvolvimento de novas tecnologias de armazenamento de informação.
“Se confirmada, essa capacidade de memória da água pode revolucionar nossa compreensão sobre como as informações são armazenadas e transmitidas na natureza”, conclui Kuman.
(*) William Argolo Saliba é químico, mestre em Química Orgânica, especialista em Teologia, autor de diversos artigos e livros científicos e terapeuta holístico.
Referência:
KUMAN, Maria. Does the Water Have Memory and Why?. Journal of Natural & Ayurvedic Medicine, v. 4, n. 1, p. 000221, 2020.