Isaac Newton, o gênio por trás da teoria da gravidade, também deixou sua marca no estudo das cores, especialmente com a intrigante inclusão do indigo em seu espectro de luz visível. Essa escolha permanece um enigma científico e cultural, revelando o lado místico de Newton.
Durante o século XVII, em meio a uma era de intensas transformações sociais e econômicas, Newton conduziu experimentos que mudaram para sempre a compreensão da luz e das cores. Ele demonstrou que a luz branca do sol pode ser dividida em um espectro de sete cores ao passar por um prisma. Essa descoberta contrariou a antiga crença de que as cores eram misturas de luz e sombra, conforme defendido por Aristóteles.
O indigo, uma cor entre o azul e o violeta, foi incluído por Newton no seu espectro, levantando questões sobre sua relevância científica e simbólica. Por que Newton sentiu a necessidade de adicionar o indigo à sua lista? Uma teoria sugere que Newton, fascinado pela cabalística e pela simbologia do número sete, viu o indigo como uma ponte para completar seu espectro de sete cores, refletindo a harmonia dos sete tons musicais e as sete maravilhas do mundo antigo.
Newton, além de cientista, era um homem de interesses variados que incluíam a alquimia e a teologia. Ele via a ciência como uma maneira de decifrar os mistérios divinos, o que explica sua integração de conceitos místicos em suas teorias científicas. O indigo, com suas associações espirituais e históricas, poderia ter servido como um elo entre o mundo físico e o espiritual.
O indigo, também um dos corantes mais valorizados da história, proveniente da planta Indigofera, tinha um valor econômico comparável ao do ouro em certas épocas, especialmente na Europa. Este corante natural não só coloria tecidos, mas também simbolizava status e poder. A descoberta de corantes sintéticos no século XIX, no entanto, transformou a indústria têxtil e afetou profundamente as economias dependentes do indigo natural.
Newton, em sua busca para compreender a natureza, aplicou sua metodologia científica rigorosa para estudar a luz, estabelecendo as bases para a óptica moderna. Sua inclusão do indigo, embora debatida, mostra como a ciência pode ser influenciada por fatores culturais e pessoais. A exploração de Newton sobre o espectro de luz não apenas avançou a ciência, mas também destacou a complexa interseção entre ciência, arte e espiritualidade.
A decisão de Newton de incluir o indigo em seu espectro não apenas ampliou nossa compreensão da luz, mas também revelou a profundidade de suas crenças e interesses. Essa cor, situada entre a ciência e o misticismo, continua a inspirar debates sobre a natureza da percepção e a interconexão entre os domínios físico e espiritual. A história de indigo no espectro de Newton é um lembrete de que a ciência é uma jornada de descobertas, influenciada por contextos culturais e pessoais.
Fonte:
PATRON, Ernesto Carlos Pujazon; ELÍAS, José Domingo. “Newtons’ Spectrum Theory, The Color Indigo and Its Mystical Practices”. International Journal of Creative Research Thoughts, v. 9, n. 7, julho 2021. Disponível em: http://www.ijcrt.org.