Por Walter Biancardine (*)
Sinapses operantes e mais de dois ou três neurônios ativos, qualquer parvo concluirá que o Brasil está, de fato, sob uma narcoditadura comuno-globalista.
Esclareço por partes. O presidente Molusco, de 79 anos e incontáveis barris de cachaça em sua folha corrida, já passou por três intervenções cirúrgicas no cérebro após hemorragia decorrente de contusão, causada por tombo no banheiro – é o que alegam. Ainda assim, despacha via assinaturas digitais na UTI (onde tais aparelhos não são permitidos) e não transferiu o governo para Alckmin, o vice que é sem nunca ter sido.
Boletins de sua assessoria de imprensa – Rede Globo – soltam rojões sobre seu estado de saúde glorioso, sorrindo, brincando, contando piadas e, excetuando-se um quadro de febre decorrente de infecção gripal (!), Lula está ótimo. Tão ótimo que reforçam a excelente evolução de seu quadro clínico repetindo, a cada meia hora, o quanto ele está bem.
O que destoa de tal quadro triunfante é sua cuidadora, Janja – conhecida deslumbrada das redes, festeira e fotógrafa de cada suspiro emanado de sua glória palaciana – não ter ainda postado uma só fotografia de seu amantíssimo marido, ainda mais agora que os jornais anunciam seu caminhar soberano, sobre as águas dos corredores do hospital Sírio-Libanês.
Nenhuma fotografia, nenhum vídeo, nada – Janja fez voto de reclusão? Onde seu conhecidíssimo deslumbre nouveau riche? Como diria o intragável José Luiz Datena, “quero ibagens!”
Este é o primeiro fator da soma. O segundo são as declarações absurdas do ministro Gilmar Mendes, que ousou afirmar que “não existe direito absoluto no Brasil”, referindo-se aos igualmente abortivos processos contra os discursos de parlamentares.
Gilmar mirou no Parlamento, mas acertou todo o país: de fato, hoje não mais existe direito absoluto, mas apenas o livre arbítrio, capricho e conveniências dos togados da Suprema Corte que, com isso, tomaram o poder – podemos chamar de “golpe de Estado”? – e dirigem, ditatorialmente, os destinos de nossa pobre republiqueta.
Concluída a soma, temos o resultado de que pouco importa se Lula governa ou não, se Janja quer governar ou não ou se Alckmin ainda tem mais algum degrau de desgraça moral para descer: quem manda na bagaça é a toga, e fim de papo.
Pouco importam reuniões secretas de parasitas petistas com generais e brigadeiros, pois as mesmas apenas corroboram a mão de ferro do Judiciário e, creiam, colocam as Forças Armadas em posição de auxílio à aristocracia burocrática reinante, que veste togas e ternos.
Se o amigo leitor ainda se contamina assistindo Rede Globo ou afins, e é obrigado a assistir a chuva de fogos de artifício soltada pelos seus blogueiros engravatados, torça para que o Molusco faça prevalecer seu espírito de gato (entendam como quiser) e tenha, de fato, nove vidas.
Nesta conta louca, a ordem dos fatores não altera o produto pois o mesmo é a multiplicação dos atropelos à Constituição, que serão redobrados caso o invertebrado alcoólico venha a falecer – tal qual Tancredo Neves, “embalsamado” até que seja declarado seu óbito em alguma data simbólica.
Entre uma desgraça que conhecemos – e que ainda permitem eleições – e um futuro sinistro e obscuro, fico com a peste que já domino.
Que Deus ajude o Brasil.