Por Walter Biancardine (*)
A psicopatia tem como um de seus traços característicos a reação sempre mais feroz à ofensa sofrida, sendo conhecida a expressão popular de “dobrar a aposta”, utilizada quando o doente se encontra confrontado ou acuado em suas ações.
Não são outras as razões do sr. Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal brasileiro que, por estratégia – e até um tanto por patologia, reconheçamos – e amparado por interesses internacionais (legais ou ilegais, pouco importa) extremamente poderosos, assim revidar toda e qualquer tentativa de cidadãos, empresários, políticos e de suas próprias vítimas em encaminhar o curso das coisas dentro dos limites normais de um legítimo estado de direito.
Os poderosos interesses ocultos são percebidos através da desenvoltura com que este mesmo ministro perpetra ilegalidades sem que nenhuma reação institucional de peso aconteça, e o viés patológico é evidente na persecução obsessiva – e consequente personalização dos atos jurídicos – aos alvos escolhidos; nunca um processo legal mas, sim, uma caçada aos seus desafetos. E a bola da vez chama-se Elon Musk, um cidadão que sequer é brasileiro mas tem interesses comerciais por aqui.
Ao comprar a rede social anteriormente chamada Twitter e rebatizá-la de “X”, este senhor Musk fez valer sua crença na liberdade de expressão como um dos pilares da democracia e por isso, neste Brasil mergulhado em sombrio regime totalitário de exceção, tais conceitos não foram bem vindos e a plataforma – bem como seu dono – passaram à categoria de “inimigos pessoais do sr. Alexandre”.
Sua recusa em remover ou censurar postagens e perfis opositores à ditadura brasileira na rede que, hoje, é a mais engajada politicamente em todo o mundo, fez com que a mesma fosse banida do país, igualando-o a regimes como os da China, Rússia, Cuba e tantas outras aberrações em torno do planeta. Esta interdição, ordenada pelo sanguíneo Moraes, não obteve o efeito desejado pois não só o engajamento aumentou – via VPN – como, igualmente, perfis outrora expulsos (por ordem do STF) foram liberados e hoje o debate é plenamente livre, na rede de Elon Musk.
E é justamente neste ponto onde os traços psicopatas de Moraes se sobrepõem aos interesses ocultos, por mais poderosos que sejam: furioso pelo fato de Musk pouco ter se importado com o bloqueio de sua rede – posto que manteve na mesma usuários fiéis, via VPN – Alexandre mandou às favas princípios básicos do Direito e descarregou em outra empresa, também de propriedade de Elon mas em nada participante da rede X, toda sua ira. A rede Starlink, provedora de internet via satélite e da qual já dependem serviços e instituições sumamente importantes e essenciais ao país, tais como os próprios STF, TSE e – pasmem – escolas rurais e o Exército Brasileiro, sofreu pesadas multas e mesmo arresto de bens e bloqueios de contas bancárias, em todo o território nacional.
Se em nada incomodou à Alexandre ter bloqueado o X – em prejuízo de comerciantes, empreendedores, empresas e ao próprio usuário comum – menos ainda se deu em encurralar a rede Starlink, dando de ombros às companhias de aviação (GPS inclusive), sistemas de ensino, segurança, Forças Armadas e inúmeras e gigantescas corporações que dela se valem para seus serviços e operações: o que importa é “espancar” Elon Musk, seu desafeto agora pessoal.
Menos preocupado está Alexandre com a – sim, é absurdo – “desigualdade de sua ilegalidade” ao sentenciar que outra empresa pague pelos “erros” de uma primeira, ou teria corado ao lembrar que por ocasião do enorme rombo financeiro e fiscal da gigante Ambev (maior companhia de bebidas do Brasil), em nenhum momento pensou em imobilizar ativos da grande rede comercial das Lojas Americanas, também do mesmo grupo e que, igualmente, encontrava-se atolada em um lamaçal financeiro.
É manchete nos jornais de hoje, entretanto, que a Starlink aparentemente “cedeu” às pressões de Alexandre de Moraes e pagará todas as inúmeras e exorbitantes multas cobradas pelo furibundo Ministro. O que teria acontecido? Elon Musk dobrou a espinha aos desmandos de uma ditadura? Seria apenas mais um “fogo de palha”?
Pois bem, que saiba o leitor: a Starlink no Brasil é representada juridicamente pelo advogado Tomás Schoeller Paiva, que é – note bem – filho do Comandante do Exército Brasileiro no Governo Lula, Tomás Paiva, um dos que foram cooptados pelo sistema comuno-globalista ditatorial vigente no país.
Estaria Elon Musk sendo ingênuo e obedecendo argumentações espúrias de um advogado tendencioso? Ou, por outro lado, estaria o sr. Elon pensando muito mais além e se valendo de seu conhecimento de que, por aqui, pouco importam as leis mas, sim, as influências pessoais e os depósitos em conta bancária? Não sabemos mas, seja qual for a opção, ambas significam a obediência aos desmandos, sob alguma forma.
A verdade é que Alexandre, o Grande, foi mais rápido: mal o sr. Musk ameaçou conseguir, no Congresso norte-americano, o bloqueio de bens de figuras do Judiciário e da política brasileira – coisa que ele anunciou publicamente na rede X – o enlouquecido ditador togado imitou e antecipou tal medida, bloqueando e imobilizando os ativos da Starlink em nossa ditadura.
Quais as intenções de Musk e o que ele fará em seguida não são coisas a mim previsíveis. Apenas lembro de um ditado judeu, repetidamente citado no livro Treblinka, de Jean François Steiner, que dizia: “entre duas opções, escolha sempre uma terceira”, resmungavam os pobres condenados no holocausto nazista. E todos sabem o que aconteceu neste campo de extermínio, caso único e redentor em tão feia história.
Que Musk adote, então, uma “terceira opção” e simplesmente aperte o botão “Off”, em seus satélites para o Brasil. Que desligue toda a cobertura do território nacional por seu sinal e afunde as Forças Armadas, companhias de aviação e navegação marítima, redes de GPS, escolas rurais, órgãos do governo e até emissoras de TV em um verdadeiro “black-out”, cujas gigantescas e trágicas consequências cairão, única e exclusivamente, nas costas cascudas do ditador enlouquecido Alexandre de Moraes.
E ele que se vire para explicar isso aos seus comparsas, pois até o crime se vale dos serviços da Starlink, em plena selva amazônica.
The show Musk go on: push the botton, Elon.