Por Walter Biancardine (*)
Assisti hoje cedo o bravo Alexandre Pittoli dizer, na rádio Auriverde, que não acredita em pesquisas eleitorais.
Segundo ele, uma das funções das enquetes seriam uma pré-justificativa de resultados já combinados para as eleições. Exemplo: determina-se que o molusco irá ganhar o pleito presidencial, mesmo com todo o Brasil o abominando. No dia seguinte, uma “pesquisa” o aponta líder nas intenções de voto, com 51% – margem pequena o suficiente para justificar, aos nossos olhos, o nenhum apoio ao mesmo que percebemos nas ruas.
Logo depois, eleições feitas, o candidato em questão ganha, e com os mesmos 51%. Teoria plausível, não?
A bem da verdade, nos idos de 2018 este escriba já havia apontado tal possibilidade no YouTube, em um de meus 27 vídeos excluídos – leia-se “roubados”, pois sequer posso baixá-los para mim – pela plataforma. Fui sonoramente taxado de “louco, teórico da conspiração, neurótico” e outros tantos encômios elogiosos, mas o fato é que não é a primeira vez que vejo minhas “loucuras” (ex: “ditadura de Xandão”, ditas neste mesmo 2018) serem fielmente replicadas e aplaudidas após outras bocas, mais “críveis”, as proferirem tempos depois – quando era somente eu quem dizia, um ilustre “ninguém”, tratava-se apenas de um “neurótico” mas agora, tais feias neuroses estão se confirmando, todos os dias.
Pouco importa, não se trata de cobrar créditos – nada acrescentaria em meu saldo bancário e minha vaidade há muito faleceu, de falência múltipla dos órgãos – mas, sim, de trazer à mente do leitor a gravidade do fato em si, pois uma boa memória será o suficiente para deixar qualquer cidadão, legitimamente preocupado com que espécie de democracia vive, com uma coleção de pulgas atrás da orelha.
Tal perfídia não esconde apenas requintado disfarce prévio para fraudes já decididas, mas também opera em uma das mais perversas características psicológicas do ser humano, que é a tendência de só apoiar quem aparece liderando a competição – qualquer competição.
Para comprovar o que afirmo, tomo como exemplo as eleições para prefeito na maior cidade da América do Sul, São Paulo, que conta com nove candidatos: Altino Prazeres, Bebeto Haddad, José Luís Datena, Guilherme Boulos, Pablo Marçal, Marina Helena, Ricardo Nunes, Ricardo Senese e Tábata Amaral. Três destes – Altino Prazeres, Bebeto Haddad e Ricardo Senese – são completamente inexpressivos e se afiguram apenas como mera tentativa de compor uma nominata para, com sorte, eleger um ou outro vereador.
Já dentre os seis restantes temos os nomes de um apresentador de programas policiais popularescos – Datena – conhecido em todo o país mas que, em seu desfavor, teve o cuidado de degradar-se em comportamentos indecisos, vacilantes e dúbios, tornando-se deste modo uma “carta fora do baralho”. A candidata Tábata Amaral – exemplo clássico de um intelecto seqüelado – conta com apoios poderosos, como o empresário globalista Jorge Paulo Lemann, e poderia valer-se de seu algum cabedal acadêmico, mas perdeu-se em argumentações populistas de esquerda, que evidenciaram a mais rasteira e dirigida adulação à fatias universitárias progressistas, naco inexpressivo do eleitorado.
Dentre os quatro candidatos restantes, três deles dominam – por razões que o leitor facilmente concluirá – as atenções nos debates, noticiários e até nas redes sociais: Guilherme Boulos, Pablo Marçal e Ricardo Nunes.
Este senhor, o Nunes, aparece na mídia e nas redes mormente como um quisto – excrescência na derme bolsonarista imposta pelo presidente do partido de ambos, Jair e Ricardo – uma conveniência única e exclusiva de Valdemar da Costa Neto, o citado dirigente partidário. Ricardo Nunes não é nem jamais foi alguém que se possa considerar “conservador” e – pior – não apenas evita conflitos com sua excelência Alexandre de Moraes como exibe sua covardia perante o mesmo de modo público: afirma que, por imposição partidária, comparecerá às manifestações pelo impeachment de Moraes neste 7 de Setembro mas “não se pronunciará contra o Ministro do STF”.
Desnecessário dizer que o “queridinho” da grande mídia – e dos institutos de pesquisa, lembrem-se – chama-se Guilherme Boulos, o invasor de terras, terrorista, incendiário e vândalo, que defendia o aborto e mais toda a pauta “woke” mas que agora, claro milagre divino, diz-se cristão e até vai à Missa. Por trás dele encontra-se toda a estrutura financeira da esquerda – os dinheiros mais sujos que se pode imaginar – bem como o poder de pressão do Palácio (vermelho) do Planalto, a manipular verbas publicitárias para emissoras de rádio, TV e jornais bem como, nunca falha, pagar regiamente diversos institutos de opinião pública para que influenciem o “livre arbítrio” de nossas urnas e atiçem o típico desejo popular de só votar em quem está na frente das pesquisas.
Correndo em paralelo está Pablo Marçal, e sobre ele basta dizer que é um “coach” – um dos tais “magos da auto-ajuda”, treinado para falar o que o público quer ouvir, agir como o público quer que ele aja, comportar-se como o público quer que se comporte. Todo seu cada gesto, modos, olhares, frases e até suspiros são pura neuro-lingüística. Mas, e seu conteúdo?
Nenhum. Tal como Nunes, recusa-se ao confronto com Alexandre de Moraes e mostra-se perigosamente aberto a abrigar, em seu eventual governo, almas dos mais variados e abstrusos vieses político-ideológicos – uma paradoxal incógnita que, todos sabem, pode dar em sonora zebra, ao fim e ao cabo. Vale o risco?
Pois é, restam as perguntas. Se ninguém presta, como votar?
Tal como o eleitor paulistano, você que me honra com sua leitura também esqueceu-se da candidata Marina Helena, a única – repito, única – que possui um claro programa conservador de governo, discurso claro e sem subterfúgios e está, abertamente, contra os desmandos jurídicos que empesteiam o país.
E por quê ela não aparece, perguntará o leitor, envergonhado de seu próprio esquecimento. E respondo: não aparece por ter sido ofuscada – tal como os demais candidatos – pelos gritos ensurdecedores e todo o espalhafato teatral de Pablo Marçal, que conseguiu mesmo a proeza de embaçar até a cordilheira de dinheiros sujos que sustentam a candidatura Boulos, bem como toda a pressão partidária em torno de Ricardo Nunes. Tais gritos ecoam, principalmente, nas redes sociais pois a grande mídia ainda segue a cartilha ortodoxa e divulga as pesquisas – verdadeiras obras de inteligência artificial – apontando, pasmem, um empate técnico entre Boulos, Marçal e Nunes.
Como para um bom entendedor o pingo é letra, tal empate é a senha para sabermos que o sistema está “aberto à negociações” – puro e simples leilão, onde quem oferecer mais, leva. E esta é mais uma das infinitas utilidades destes tais institutos (verdadeiros “prostitutos”) de pesquisa.
Espero ter deixado claro ao meu leitor – em especial aos paulistanos – que a única e verdadeira candidatura conservadora é a de Marina Helena e a recusa em nela votar será devido, única e exclusivamente, ao desejo de “só votar no vencedor”, que tem atirado o país nas mãos da grande mídia e seus satélites, tais como institutos de pesquisa e outros.
Esta é a cruel realidade e de nada adianta termos a pretensão de mudá-la se nos recusamos a enxergá-la tal como é.