Por Walter Biancardine (*)
Ao que tudo indica, o mundo inteiro aguarda um ataque iraniano a Israel a qualquer instante. Relatos informam que o sistema de defesa antiaérea Domo de Ferro (Iron Dome) trabalhou intensamente neste fim de semana, interceptando foguetes lançados pelos terroristas do Hezbollah contra o norte do território israelense. Essas ações resultam da verdadeira “faxina” que Israel vem promovendo com suas Forças de Defesa (IDF), eliminando – entre outros personagens importantes – Abdel Fattah al-Zarii, chefe do Ministério da Economia em Gaza, ligado ao Hamas, em um ataque à sua casa em Deir al-Balah (centro de Gaza).
Esse nome faz parte de uma extensa lista de pessoas responsáveis pela impressionante escalada de violência no Oriente Médio, que se espalha pelo mundo. Cabe citar Ismail Haniya, morto em retaliação pelas Forças Israelenses, o que colocou o Irã em uma situação delicada. Fontes associadas à oposição iraniana explicam que, para o regime iraniano, é vital responder a essa ação, não para defender Haniya ou Gaza, mas por sentir que “sua dignidade foi espezinhada”. Isso desperta um grave sentimento de humilhação interna no regime.
Cidadãos iranianos começaram a encarar o regime como fraco e comprometido do ponto de vista da segurança. A nível regional, as milícias daquele país sentem-se inseguras e avaliam que seu povo não está protegido, nem mesmo no coração de Teerã. Pior: a nível internacional, sua soberania teria sido violada de forma sem precedentes pela “entidade mais fraca”, de acordo com a percepção oficial apresentada pelo governo daquele país.
Com toda a conjuntura apontando para um cenário de guerra, a economia – mais precisamente o mercado financeiro internacional – reage como esperado e retrai-se, ainda que desta vez sofra um sombrio impacto da decisão do governo japonês em aumentar seus juros de forma exponencial, como uma manobra de precaução contra o cenário político mundial.
Para sermos mais claros, o mundo pegou empréstimos em iene a juro zero – dezenas de trilhões – durante anos. O Japão eleva os juros de forma inesperada e o iene valoriza de maneira brutal em uma semana. Banqueiros e investidores quebram e pagam esses empréstimos, de forma urgente, em iene, e tentam liquidar as operações. Consequência? A moeda japonesa valoriza ainda mais, e mais banqueiros quebram, vendendo seus ativos “na banheira das almas”, como se dizia antigamente.
Evidentemente, existem efeitos colaterais, e um deles é que a bolsa de Tóquio despencou 12,4%, quebrando seu recorde de perdas. Nos outros mercados asiáticos, o índice Taiex, de Taiwan, caiu mais de 8% e o KOSPI, de Seul, 9,6%. O mercado de futuros emergentes afundou 4,8%, o dos EUA despencou 3%, assim como o de futuros em ações de tecnologia, que caiu 6%.
Desnecessário dizer que o mercado de criptomoedas também despencou, e a lista dos “efeitos colaterais” – cuja causa primária é o Oriente Médio – inclui rumores de uma possível terceira guerra mundial, bem como a verdadeira guerra civil que já ocorre na Europa, fazendo com que os mercados esperem uma queda ainda maior amanhã.
Esse último e delicado ponto deve ser abordado, pois a maioria dos analistas políticos não o inclui em suas equações. A infiltração islâmica na Europa – massiva e disfarçada como “ação humanitária de abrigo a refugiados” – sempre teve como objetivo o que se passa atualmente nas ruas das principais cidades europeias: servir como arma de chantagem, ameaça e contrapeso às ações do Hamas em relação a Israel. O objetivo secundário, igualmente evitado pelos comentaristas, é o antigo projeto de implantação do “Califado Mundial”, uma vez que, na prática, a maioria dos países europeus já conta com uma balança populacional amplamente favorável aos islâmicos.
No momento em que as tensões no Oriente Médio chegam a níveis críticos, imigrantes muçulmanos se juntam em bandos e percorrem as ruas de cidades como Bolton, na Inglaterra, usando máscaras e balaclavas, todos vestidos de preto, patrulhando as ruas em busca de cidadãos britânicos para caçar, enquanto gritam “Takbir, Allahu Akbar!” Coincidência? Pouco provável, mas esse fato – verdadeiro ato de guerra – é cuidadosamente omitido na mídia “mainstream” mundial.
É preciso que o leitor – à parte os cuidados com seus investimentos – tenha em mente que essa aparente “salada” abstrusa está intimamente correlacionada. Pouco ou nenhum efeito produzirão protestos de norte-americanos contra a política econômica de Joe Biden ou os gritos de desespero pelo arrocho fiscal de Fernando Haddad, no Brasil. O cenário sombrio que vivemos está além do alcance de governos locais, ainda que tanto os EUA nas mãos de Trump, quanto o Brasil sob outra administração, aliviassem, e muito, o problema.
São tempos de buscar informações confiáveis e, tal como a vovó, guardar as economias no colchão.