O mercado financeiro revisou para cima suas projeções de inflação e crescimento econômico para 2024, conforme divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (9). As expectativas indicam um cenário de maior aquecimento da economia brasileira no próximo ano.
A previsão para o IPCA, índice oficial de inflação, subiu para 4,3% ao final de 2024. É a oitava alta consecutiva nessa projeção, que há uma semana estava em 4,2%. O novo patamar coloca a inflação próxima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, de 4,5%.
Já a estimativa para o crescimento do PIB em 2024 foi elevada de 2,46% para 2,68%. É a quarta semana seguida de alta nessa projeção, impulsionada pelo desempenho acima do esperado da economia no segundo trimestre deste ano, quando o PIB cresceu 1,4%.
O cenário de maior inflação e atividade econômica mais forte levou os analistas a preverem juros mais altos. A expectativa para a taxa Selic ao fim de 2024 subiu de 11% para 11,25% ao ano. O mercado já aposta em um primeiro aumento de 0,25 ponto percentual na reunião do Copom da próxima semana.
“Com a inflação se aproximando do teto da meta e o crescimento surpreendendo positivamente, o Banco Central pode optar por interromper o ciclo de cortes de juros antes do previsto”, avalia Carlos Silva, economista-chefe da Consultoria ABC. “Isso explicaria a revisão das projeções para a Selic em 2024.”
Para 2025, as expectativas também foram ajustadas. A projeção de inflação passou de 3,5% para 3,6%, enquanto a previsão de crescimento do PIB subiu de 1,85% para 1,9%. Os juros básicos esperados para o fim do próximo ano foram elevados de 10% para 10,25% ao ano.
O dólar é outro indicador que reflete as novas perspectivas. A cotação esperada para o fim de 2024 subiu de R$ 5,30 para R$ 5,35. Já os preços administrados, que incluem combustíveis e energia elétrica, tiveram sua projeção de alta elevada de 4,79% para 4,83% no próximo ano.
As novas projeções sinalizam um cenário de maior dinamismo da economia em 2024, mas com desafios para o controle da inflação. O Banco Central deverá calibrar sua política monetária para equilibrar o crescimento com a estabilidade de preços nos próximos trimestres.