O mercado financeiro revisou para cima suas expectativas para a inflação brasileira em 2024, passando de 4,62% para 4,64%, conforme dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (18). A nova projeção supera o limite superior da meta inflacionária estabelecida para o ano, que é de 4,5%.
O cenário econômico atual reflete uma combinação de fatores que pressionam os preços ao consumidor. Em outubro, a inflação mensal atingiu 0,56%, impulsionada principalmente pelos aumentos nos setores de habitação e alimentação. O índice acumulado em 12 meses chegou a 4,76%.
Para conter essa tendência de alta nos preços, o Banco Central mantém a taxa básica de juros em 11,25% ao ano. Os analistas do mercado financeiro já projetam nova elevação da Selic até o final de 2024, chegando a 11,75%. Esta política monetária mais restritiva visa controlar a demanda e, consequentemente, a inflação.
O crescimento econômico, surpreendentemente, mantém-se resiliente. A projeção para o PIB em 2024 permanece em 3,1%, após um crescimento de 2,9% registrado em 2023. O segundo trimestre deste ano apresentou expansão de 1,4% em relação ao trimestre anterior, superando as expectativas do mercado.
No cenário cambial, as instituições financeiras estimam que o dólar encerrará 2024 cotado a R$ 5,60, refletindo as incertezas do cenário internacional e seus impactos na economia brasileira. Para 2025, a expectativa é de uma ligeira queda na cotação, chegando a R$ 5,50.
Os indicadores mostram um panorama desafiador para a política monetária brasileira, que busca equilibrar o controle inflacionário com a manutenção do crescimento econômico. O mercado seguirá atento às próximas decisões do Copom, especialmente na reunião marcada para dezembro, quando um novo ajuste na taxa de juros poderá ser anunciado.