O real brasileiro enfrenta em 2024 uma das suas maiores desvalorizações dos últimos 25 anos, acumulando perda de 21,52% em relação ao dólar americano. O resultado se aproxima perigosamente do cenário vivido durante a crise da pandemia em 2020, quando a moeda nacional registrou queda de 22,44%.
A análise realizada pela consultoria Elos Ayta revela um quadro preocupante para a economia brasileira. Desde o ano 2000, a moeda nacional experimentou mais períodos de queda do que de alta, com 15 desvalorizações contra apenas 10 valorizações no período analisado.
O histórico mostra que a pior queda ocorreu em 2002, com desvalorização de 34,33%, período marcado pela transição política e incertezas relacionadas à primeira eleição de Lula. Em contrapartida, o melhor momento do real foi registrado em 2009, com valorização de 34,22%, impulsionado pela recuperação pós-crise financeira global de 2008.
A atual desvalorização do real é atribuída a uma combinação de fatores econômicos. Entre eles, destacam-se as preocupações com a questão fiscal brasileira e a falta de confiança do mercado no pacote econômico apresentado pelo governo no final de 2023. Além disso, as altas taxas de juros nos Estados Unidos têm atraído investimentos para aquele país, pressionando ainda mais a moeda brasileira.
Nos últimos 25 anos, apenas cinco períodos registraram valorizações superiores a dois dígitos, com destaque para 2003 (22,29%), 2005 (13,40%), 2007 (20,70%), 2009 (34,22%) e 2016 (19,81%). Por outro lado, as desvalorizações intensas foram mais frequentes, com dez ocasiões em que o real perdeu mais de 10% de seu valor frente ao dólar.