O crédito imobiliário no Brasil mostrou sinais de recuperação no primeiro semestre de 2024, com a retomada da captação líquida da poupança. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o volume financiado alcançou R$ 82,1 bilhões, representando um crescimento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado.
A poupança, que vinha gerando preocupação no setor devido às perdas de R$ 196 bilhões desde 2021, apresentou um aumento de 3,3% no semestre, impulsionada pela redução da taxa Selic para 10,5% ao ano.
A Abecip projeta que a concessão de novos empréstimos para aquisição da casa própria deve alcançar um recorde histórico até o final de 2024. Em junho, foram financiados 50,4 mil imóveis nas modalidades de aquisição e construção, um aumento de 3,6% em relação a maio e de 21,1% em comparação ao mesmo período de 2023.
Sandro Gamba, presidente da Abecip, assegura que não faltarão recursos aos bancos para conceder crédito a quem comprou imóvel na planta. “Há outros instrumentos que estão suportando o crescimento do mercado imobiliário para as próximas décadas,” afirma Gamba.
Apesar da queda da Selic e da inflação, Gamba não prevê uma redução nas taxas de juros dos financiamentos, que atualmente giram em torno de 12%. No entanto, ele acredita que os preços dos imóveis podem subir nos próximos meses devido ao baixo estoque do setor, especialmente em São Paulo, onde a demanda supera a oferta.
Em 2023, os preços dos imóveis na capital paulista subiram 7,22%, superando a inflação acumulada de 4,62%, segundo o Índice Geral do Mercado Imobiliário – Residencial (IGMI-R), elaborado pela Abecip.