Conforme análise dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de Minas Gerais, o estado mineiro volta a criar empregos líquidos após registrar dois meses de baixas em carteiras de trabalho.
A análise realizada pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG mostra que o ano de 2024 começou com a geração de 13.784 postos de trabalho, resultado de 222.131 admissões e 208.347 desligamentos. O mês de janeiro quebrou a tendência de extinção de postos de trabalho observados nos meses de novembro e dezembro de 2023, que somaram 47.426 a menos no mercado de trabalho formal.
Em janeiro de 2024, a Região do Vale do Rio Doce registrou 10.529 admissões e 11.504 desligamentos resultando em um saldo de -975 empregos para o mês.
Quanto ao estoque de empregos, a região registra 248.904 vínculos de trabalho ativos em janeiro. O salário médio pago foi de R$ 1.844,69 no primeiro mês do ano.
De acordo com a análise da Fecomércio MG, o mês de janeiro registrou boa parte dos desligamentos a pedido do profissional, esse motivo é característico do desemprego natural, ou melhor, o colaborador solicita desligamento da empresa atual para ingressar em outra empresa. Os desligamentos a pedido representaram 34,4% do total, proporção mais intensa que a do mesmo período do último ano, o qual registrou 30,9% dos desligamentos por essa mesma justificativa. A proporção dos demais desligamentos mais expressivos foi de demissão sem justa causa, com 48,3%, e término de contrato de trabalho por prazo determinado, com 14,1%.
Para Gilson Machado, economista da Fecomércio MG, o mercado de trabalho mais aquecido e a melhora dos indicadores econômicos colaboram para o aumento do chamado desemprego friccional. Isso ocorre porque, na sua grande maioria, os profissionais estão abertos a mudar de emprego para algo que esteja mais alinhado com seu perfil ou que ofereça ofertas mais atraentes. Diante disso, observa-se um aumento nos pedidos de desligamentos feitos pelo próprio trabalhador.
O salário fixo médio de admissão em Minas Gerais foi de R$ 1.945,01, refletindo um aumento de 5,07% em relação a janeiro de 2023, quando o salário médio era de R$ 1.851,20. É observável a heterogeneidade entre os salários fixos de contratação. O setor com o maior salário foi o da construção (R$ 2.174,96), seguido pela indústria (R$ 2.020,73), serviços (R$ 1.945,01), agropecuária (R$ 1.880,84) e comércio (R$ 1.680,18). O setor do comércio conta com o menor salário fixo de admissão, portanto, o salário neste setor muitas vezes é composto por salário fixo mais variável, tornando-o, muitas vezes, mais interessante do que o observado nos demais setores.
As micro e pequenas empresas mostram sua relevância para o mercado de trabalho formal e, em janeiro, foram responsáveis por empregar 66,5% dos trabalhadores no estado de Minas Gerais. Dentro deste enquadramento, o setor de serviços foi o mais relevante e respondeu por 34,6% dos empregos. Por outro lado, a indústria mostrou-se mais predominante nas contratações em empresas de médio ou grande porte, com 34,7% dos empregos líquidos gerados.